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Paraná sofre com a alta oferta de feijão

16/07/2014 08:09
Produção elevada nesta segunda safra, reflexo do clima favorável, força queda de preço da commodity
A alta oferta de feijão neste fim de colheita da segunda safra tem deixado os valores pagos aos produtores abaixo do preço mínimo, estabelecido em R$ 95 a saca para o cor e R$ 105 para o preto. No último levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o valor pago pelo cor não passou de R$ 63,09/sc e o preto R$ 95,17/sc, média de junho.

No mesmo período do ano passado, o feijão cor estava sendo comercializado a R$ 159,28/sc e o preto a R$ 143,33/sc. "Com a alta oferta nesta safra, houve pressão sobre os preços", destaca Francisco Simioni, chefe do Deral. Para resolver o problema, a Seab e outros departamentos estaduais de agricultura encaminharão um ofício à Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), ao Ministério da Agricultura e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), pedindo a liberação de R$ 75 milhões para a Conab comprar aproximadamente 45 mil toneladas de feijão.

Simioni observa que a aquisição direta do governo federal poderá equilibrar os preços da commodity no mercado interno. "Estamos alertando desde janeiro sobre essa elevada oferta de feijão", lamenta. O chefe do Deral completa que, se for necessário, chamará representantes do Ministério da Agricultura para virem pessoalmente até o Paraná para ver a situação do setor.

Com uma área plantada de 259,19 mil hectares, 2% a menos se comparado ao ciclo 2012/13, o Deral estima uma safra 24% maior em relação ao mesmo período do ano passado. A produção do grão está estimada em 200 mil toneladas somente neste segundo ciclo. Ao todo, na temporada 2013/14, a previsão é de uma colheita de 416 mil toneladas de feijão. Simioni explica que as boas condições climáticas favoreceram a produção nesta segunda safra.

Ainda, de acordo com informações divulgadas pela Seab, a secretaria de agricultura deve trabalhar em conjunto com a Conab-Paraná para agilizar o processo de certificação para que os armazéns da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) possam participar do processo de armazenagem de feijão no Paraná.

Apoio
Mesmo com uma participação pequena na produção de feijão do Estado, em torno de 15%, as cooperativas paranaenses também apoiam a intervenção do governo federal para equilibrar os preços. Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), afirma que as cooperativas já colocaram parte de seus armazéns à disposição.

Além de ceder o espaço, Turra destaca que as organizações ajudarão em todo o processo de documentação. Representantes da Ocepar participaram de uma reunião na semana passada, em Curitiba, com o secretário da agricultura, Norberto Ortigara, e representantes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) e Conab-PR para discutir o tema.