Mato Grosso produz atualmente 70 mil hectares de trigo, uma área irrisória no estado campeão de produção de grãos, com 8,3 milhões de hectares de soja, 3,2 milhões de milho e 582 mil hectares de algodão. O fomento na produção do trigo foi discutido em reunião da Câmara Técnica do Trigo, vinculada ao CDA – Conselho de Desenvolvimento Agrícola criado pela Constituição Estadual – através da Sedraf – Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, realizada na sede do Sistema OCB/MT, no último dia 24 de julho.
“Mato Grosso tem condições passar dos 70 mil hectares para 1 milhão de hectares de trigo”. A meta de produção de trigo para os próximos anos foi feita pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Seneri Paludo, que se comprometeu em dar encaminhamento junto a Conab - Companhia Nacional de Abastecimento para fazer levantamento do preço mínimo de produção para o trigo e repassar as informações para o Mapa e Ministério da Fazenda e assim identificarem o preço mínimo do produto no Centro Oeste. Esse é um processo que demora de 6 a 8 meses, mas é necessário para darmos o segundo passo que é a aquisição do produto pelo governo federal”, explicou Paludo. O secretário do Mapa também ressaltou que para o desenvolvimento do trigo falta investimento em tecnologia, pesquisa, mercado e infraestrutura.
Para o secretário de Agricultura de Mato Grosso, Luiz Carlos Alécio, “o trigo já é uma realidade no estado e a participação da Embrapa nesse processo de expansão através de pesquisa é imprescindível”. Para Alécio, “o trigo será uma grande alternativa para rotação de cultura, quebrando o ciclo de pragas”.
O Sistema OCB/MT, que tem assento na Câmara do Trigo e o cooperativismo é apontado com uma das alternativas para fomentar a produção do cereal. O presidente da Organização, Onofre Cezário de Souza Filho, que participou da reunião, disse que “o cooperativismo está totalmente envolvido nesse processo do trigo e não vejo alternativa para o crescimento de produção sem passar pelas cooperativas”. Cezário ressalta que “a redução de custo, de logística e ganho de escala só se dão através da união dos produtores via cooperativa”.
O coordenador da Câmara Técnica do Trigo e pesquisador da Empaer, Hortêncio Paro, também é enfático ao dizer que as cooperativas são extremantes importantes nesse processo, “principalmente nas construções dos moinhos”. Explica que “a cooperativa pensa em seus cooperadores, que são os próprios produtores, e assim não ficam nas mãos da iniciativa privada”.
Diversas autoridades participaram da reunião, entre eles o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Seneri Paludo, o secretário do Sedraf, Luiz Alécio, o presidente do Sistema OCB/MT, Onofre Cezário de Souza Filho, o subsecretário da Sedraf, Milton Geller, o conselho do Sistema OCB/MT, Nelson Picooli e diversas lideranças do agronegócio.