As cotações da arroba do boi gordo, que começaram 2015 acima dos R$140, devem se manter firmes neste ano. De acordo com relatório divulgado pelo banco holandês Rabobank nesta quinta-feira (29/1), a tendência é motivada pelas expectativas de baixa oferta nos Estados Unidos e na Austrália, principais competidores do Brasil no mercado internacional.
Em 2014, a baixa oferta de gado e a forte demanda internacional pela carne bovina brasileira pressionaram as cotações. Neste ano, o Rabobank projeta um crescimento de cerca de 7% para as exportações brasileiras. Em 2014 o aumento foi de 3%. Segundo o banco, a recente reabertura do mercado chinês vai colaborar com o aumento dos embarques. Ainda assim, há o risco da alta exposição das exportações brasileiras para a Rússia, que atravessa uma grave crise econômica.
Mercado interno
No mercado interno, o espaço para aumento dos preços ao consumidor parece limitado, informou o banco. O patamar elevado das cotações da carne bovina em relação às proteínas concorrentes, como o frango e a carne suína, aliado à expectativa de menor crescimento da economia, deve limitar o aumento do consumo neste ano.
O banco ainda observa que, apesar da forte valorização da arroba, a relação de troca boi gordo/bezerro deve permanecer abaixo da média dos últimos anos.
Confinamento
Outra tendência apontada pelo banco holandês para 2015 é o crescimentoi do boi confinado. O número deve crescer apoiado pela queda nos preços dos grãos e pelas firmes cotações no mercado futuro de boi. A procura por animais de reposição deve permanecer aquecida.
Perspectivas
Mesmo com a tendência positiva, os preços no mercado de bovinos devem sofrer leve queda no primeiro trimestre, resultado do aumento sazonal da oferta de gado alimentado a pasto. O espaço para baixas é limitado, se for levada em consideração as expectativas de um novo recorde nas exportações de carne bovina em 2015, prevê o banco.
Ainda de acordo com o relatório, o clima incerto pode alterar as expectativas de elevação na oferta do primeiro trimestre. Se as chuvas não se intensifiquem nas principais regiões produtoras durante o verão, a elevação na oferta de animais terminados a pasto pode ser menos intensa que o previsto inicialmente, aponta o Rabobank.