Com um mercado ainda sem muitas novidades, os futuros da soja iniciam uma semana operando próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago, com os principais vencimentos perdendo pouco mais de 0,50 ponto, por volta das 8h (horário de Brasília).
Os negócios com a soja no cenário internacional dão continuidade à movimentos pontuais e de oscilações pouco expressivas diante de fundamentos já conhecidos e à espera de mais informações, entre elas a consolidação da safra da América do Sul e do planejamento da temporada 2015/16 nos Estados Unidos. Nesse mês de fevereiro, começam a sair as primeiras estimativas para a área de plantio norte-americana e o mercado, aos poucos, devem se voltar para essas informações.
Nesta segunda-feira, como acontece toda semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta seu novo boletim de embarques semanais e os números devem exercer um impacto sobre o andamento dos preços, porém, de forma pontual e momentânea.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja: Preço em Rio Grande fecha semana com R$ 61,50 após forte alta do dólar
Nesta sexta-feira (30), o dólar subiu quase 3% frente ao real e fechou o dia a R$ 2,6894, registrando a maior alta desde de setembro de 2011 e se aproximando, novamente, da casa dos R$ 2,70. E foi esse fator que fez com que o preço da soja subisse 3,02% para a soja com entrega em maio/15 no porto de Rio Grande, fechando a R$ 61,50 por saca. Em Paranaguá, o valor avançou 2,06% para R$ 59,70. Assim, no balanço semanal, as cotações subiram 2,5% e 1,19%, respectivamente.
Essa surpreendente reação da moeda norte-americana, que acumula alta de 1,15% em janeiro, ajudou a compensar mais uma sessão negativa para as cotações da soja na Bolsa de Chicago. Por volta das 15h (horário de Brasília), os preços perdiam mais de 10 pontos, porém, as posições mais negociadas foram amenizando as perdas para terminar o dia com baixas de pouco mais de 7 pontos.
Segundo explicaram analistas e consultores, o mercado ainda se comporta de forma bastante técnica frente à falta de novidades entre os fundamentos. Como explicou o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os fundos observaram gráficos de um mercado pressionado e aproveitaram o momento para liquidar mais posições. "O mercado continua sem novidadades e ainda bastante técnico", diz Brandalizze. "E a tendência ainda é de pressão na próxima semana", completa.
Para Ênio Fernandes, consultor de mercado, as tentativas de alta foram frustadas a partir do momento em que o mercado não conseguiu se sustentar nos US$ 9,75 e caiu para buscar os US$ 9,50. "Mas acredito que já estamos próximos das mínimas, não estou muito baixista para esse mercado não. Esse foi um movimento grafista", disse sobre as expressivas baixas registradas ao longo da sessão desta sexta.
O mercado ainda exibe uma clara falta de direção à espera de novas informações que possam trazer força aos movimentos diários na CBOT, sejam positivos ou negativos. Entre essas notícias, poderiam vir mais informações sobre as perdas na safra brasileira - já estimadas em algo entre 3 e 5 milhões de toneladas - e também sobre o que é esperado para a safra 2015/16 dos EUA. "Os negócios estão, em Chicago e aqui no Brasil, em compasso de espera", afirma Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.
Segundo explica o analista, janeiro é tradicionalmente um mês de preços mais pressionados - partes em função da entrada de alguns primeiros volumes da nova oferta brasileira - e assim, todo o mês se configurou em momentos de perdas para as cotações em Chicago.
Mercado Interno
No mercado interno, especialmente nesta sexta-feira, os preços não sentiram tanto o impacto das quedas em Chicago em decorrência da forte alta do dólar. E por isso, em quase todas as praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas apresentaram boas altas - de quase 1% - ou estabilidade.