Neste dia 10 de fevereiro, terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e, mais uma vez, a expectativa é de que o reporte traga pouquíssimas mudanças e novidades.
"A opinião geral sobre qualquer boletim de fevereiro do USDA termina em uma questão: se um relatório é divulgado e ninguém presta atenção ele faz algum barulho?", diz Darin Newsom, analista sênior do site DTN The Progressive Farmer.
Estoques finais dos EUA
Para os estoques finais norte-americanos, são esperadas mudanças bem conservadoras. As expectativas para os estoques de soja dos EUA variam de 11,97 milhões a 9,8 milhões de toneladas. A média de 10,94 milhões é menor, portanto, do que o total reportado no boletim de janeiro de 11,16 milhões de toneladas.
No caso do milho, os traders apostam em mudanças ainda mais tímidas, com as expectativas variando entre 49,71 milhões e 46,15 milhões de toneladas, com uma média de 47,53 milhões. No reporte anterior, os estoques americanos foram estimados em 47,68 milhões de toneladas.
Estoques finais mundiais
Para a soja, as expectativas do mercado sobre os estoques finais mundiais variam de 92 milhões a 88,8 milhões de toneladas. A média, de 90,5 milhões, fica, no entanto, ligeiramente abaixo do número de janeiro de 90,78 milhões de toneladas.
Sobre o milho, espera-se algo entre 191 milhões e 188 milhões de toneladas no boletim desta terça-feira (10). Com uma média de 189,5 milhões de toneladas, se confirmado o número seria pouco maior do que as 189,15 milhões de toneladas estimadas no relatório do mês passado.
Produção na América do Sul
Apesar das notícias das perdas com a seca e dos problemas enfrentados pelos produtores aqui no Brasil, o corte esperado para a safra brasileira de soja é bastante conservador. As expectativas para a colheita é de 94,5 milhões de toneladas, com máxima em 95,8 milhões e mínima de 93 milhões de toneladas. Em janeiro, o USDA estimou a safra do Brasil foi estimada em 95,5 milhões de toneladas.
Para a Argentina, espera-se algo entre 56,5 milhões e 54,4 milhões de toneladas, com uma média de 55,2 milhões de toneladas. No relatório anterior, a colheita argentina foi reportada em 55 milhões de toneladas.
Sobre o milho, a expectativa dos traders para a produção do Brasil varia de 77 milhões a 73,7 milhões de toneladas, com uma média de 74,7 milhões, a qual fica ligeiramente abaixo das 75 milhões de toneladas do boletim de janeiro.
Para a colheita de milho da Argentina, os traders apostam em algo entre 23 milhões e 21,2 milhões de toneladas. Caso a média de 22,2 milhões de toneladas se confirme, o número fica pouco acima do reportado no relatório anterior de 22 milhões de toneladas.
Mercado em Chicago
Na sessão desta segunda-feira (9), o que se vê é, novamente, pouca movimentação nos negócios com os grãos na Bolsa de Chicago, já que os investidores aguardam os novos números do USDA para se posicionar. Os futuros da soja, por volta de 12h40 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 3 pontos, com o vencimento maio/15, referência para a safra brasileira, valendo US$ 9,83 por bushel.
"Os futuros dos grãos tentaram subir no início dos negócios dessa semana, o movimento logo foi revertido, deixando os preços com pouca movimentação. Os traders estão prontos para esperar os novos números do USDA antes de tomar uma posição sólida", afirma Bryce Knorr, analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures.
O mercado precisa de novas informações que possam alavancar os negócios e trazer um caminho melhor definido para os preços. Hoje, o departamento agrícola norte-americano trouxe o anúncio de uma nova venda de soja para a China e a notícia acabou dando um certo fôlego às cotações, porém, o efeito ainda é limitado.
De acordo com o USDA, foram vendidas 120 mil toneladas de soja em grão da safra 2014/15 para a China, maior compradora mundial da oleaginosa.
Ainda nesta segunda, o USDA traz os números dos embarques semanais de grãos dos EUA e os dados também podem exercer alguma influência sobre o andamento dos negócios neste pregão.
No Brasil, os preços devem seguir firmes frente à mais um dia de valorização do dólar frente ao real. A moeda norte-americana sobe pouco menos de 1% e busca o patamar dos R$ 2,80. Com isso, os primeiros indicativos de valores para a soja da safra 2014/15 no porto de Rio Grande se mostravam na casa dos R$ 64,00 por saca.