13/05/15 - 00:00
O primeiro quadro de oferta e demanda da safra 2015/16 dos Estados Unidos, apresentado no início desta tarde pelo Usda, o departamento de Agricultura do país, trouxe poucas surpresas para o mercado. Do lado da oferta, os números de área estimados em março, no relatório de intenção de plantio, foram mantidos tanto para a soja quanto para o milho. As projeções de produtividade também foram mantidas inalteradas com relação à estimativa prévia, apresentada pelo Usda durante o Agricultural Outlook Forum, em fevereiro.
Do lado da demanda, os reajustes mais significativos foram feitos nas exportações, com reajuste positivo nos embarques de milho e negativo nos de soja. As vendas externas do cereal norte-americano, que em fevereiro eram estimadas pelo órgão em 46,99 milhões de toneladas e agora são calculadas em 48,26 milhões (t) e os embarques da oleaginosa caíram de 49,5 milhões para 48,28 milhões (t). No consumo interno, o esmagamento de soja e o uso de milho para a produção de etanol tiveram leves ajustes para baixo, enquanto o uso do cereal para alimentação animal foi recalculado para cima.
Safra velha
O quadro de oferta e demanda norte-americano da safra velha (2014/15) também teve poucas alterações. Reajustes para cima nos números de esmagamento e exportação de soja puxaram para baixo os estoques de passagem dos Estados Unidos, agora estimados em 9,52 milhões de toneladas, mas a elevação da projeção de exportação em 2015/16 manteve os estoques finais da safra nova acima das expectativas do mercado, que apostava em 12,05 milhões (t).
No milho, o corte na estimativa de uso industrial anulou o reajuste positivo nas exportações e rebaixou os estoques de passagem para 46,41 milhões de toneladas, mas, mesmo com consumo crescente na próxima temporada, as reservas norte-americanas ao final da safra 2015/16 devem ficar acima dos 44,5 milhões (t) que eram esperados pelo mercado.
Mundo
No quadro mundial, a produção de soja na temporada 2015/16 foi estimada pelo Usda em 317,3 milhões de toneladas, praticamente inalterada com relação ao ciclo anterior. A conta considera uma colheita 104,78 milhões (t) nos EUA, 97 milhões (t) no Brasil (frente as 94,5 milhões de 2014/15) e de 57 milhões (t) na Argentina. As importações chinesas foram elevadas de 73,5 milhões de toneladas (safra 2014/15) para 77,5 milhões (safra 2015/15), mas a projeção para os estoques finais saltou de 85,54 milhões (2014/15) para 96,22 milhões de toneladas (2015/15) – acima do esperado pelo mercado (95 milhões).
A produção global de milho deve recuar de 996,12 milhões de toneladas em 2014/15 para 989,83 milhões de toneladas em 2015/16 e os estoques finais devem ter ligeira queda 192,5 milhões (2014/15) para 191,94 milhões de toneladas (2015/16) – acima da expectativa do mercado, que trabalhava com um volume de 185,4 milhões de toneladas. A safra americana 2015/16 está estimada em 346,22 milhões de toneladas, a produção brasileira é calculada em 75 milhões de toneladas (frente às 78 milhões de 2014/15) e a argentina em 25 milhões de toneladas.
Na Bolsa de Chicago, a soja reagiu com baixas à divulgação do relatório e o milho passou a subir.