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Confira a evolução principais das culturas paranaenses na última semana (22/05)

25/05/2020 13:58
Boletim Semanal - 004/2020 – 22 de maio de 2020 - Deral

Boletim  semanal elaborado pelos técnicos da Divisão de Conjuntura Agropecuária – Departamento de Economia Rural – DERAL. 

Boletim Semanal - 004/2020 – 22 de maio de 2020

 

Feijão 2ª Safra 

*Eng. Agrônomo Carlos A. Salvador

 

Avaliação do DERAL/SEAB indica que 21% das condições campo das lavouras estão em boas condições, 45% em condições medianas e 34% em condições ruins, o que compromete a qualidade e a produtividade das lavouras. As áreas se encontram 3% na fase de floração, 29% em frutificação e 68% em maturação. Cerca de 53% do total da área foi colhida, e 29% do produto que estava nas mãos dos agricultores foi comercializado. 

Números das Safra (área, produção, produtividade)

A produção paranaense de feijão na segunda safra (feijão da seca) deve totalizar aproximadamente 334 mil toneladas, isto representa redução de 7% comparativamente ao ano anterior, em uma área plantada de 222 mil hectares (11% na redução da área plantada).

Preços recebidos pelo Agricultor

De acordo com o Deral/Seab, o preço médio recebido pelos produtores em abril foi R$ 304,17 sc/60 kg, e na segunda semana de maio o grão sofreu uma baixa sensível de 3% sendo cotado a R$ 295,70 sc/60 kg. Ao contrário das cores, o feijão classe preto em abril foi cotado a R$ 191,13, e sofreu uma alta de 10%, ficando em R$ 211,39 sc/60 kg.

 

Leite 

*Méd. Veterinário Fábio Mezzadri

 

A segunda quinzena de maio apresentou algumas mudanças nas cotações no mercado atacadista de lácteos. Estão sendo observadas algumas altas nos preços do leite UHT, produto que apresentou expressiva alta no início da pandemia e depois registrou quedas no atacado.

O queijo mussarela tem apresentado baixa nos preços desde o início da pandemia. Este produto foi muito afetado pelo fechamento de importantes canais de venda como lanchonetes, pequenos restaurantes e até redes “fast-food”. Segundo os preços do Departamento de Economia Rural (DERAL), a cotação do mussarela apresentou queda de 5,8% entre o mês de abril média (R$ 17,99/Kg) e a semana entre os dias 11/05 a 15/05 (R$ 16,95).

Por outro lado, as cotações do leite em pó têm se mantido firmes devido a algumas razões como: redução da produção na entressafra, agravada pela estiagem principalmente nos estados do centro-sul, além da queda nas importações.

Diante deste cenário, ocorreram altas no mercado “spot” a partir desta segunda quinzena de maio, revertendo a queda observada ao longo de abril.

O setor leiteiro ao contrário de outros do agronegócio que vão bem durante a pandemia, tem passado por diversos problemas. Com a intenção de orientar os produtores, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) tem colocado algumas recomendações aos produtores como:

- Ajustar a dieta das vacas de acordo com a produção;

- Reduzir a alimentação ao final da produção (evitando desperdícios);

- Avaliar o escore dos animais para regular a alimentação;

- Não reduzir alimentação no início da lactação, pois esta prática pode comprometer todo o período de produção de leite do animal;

- Realizar o controle zootécnico do rebanho;

Estas são algumas orientações importantes que certamente ajudarão a reduzir os custos possíveis, sem causar prejuízos ao animal e a produtividade.

 

Milho

 *Administrador Edmar W. Gervásio

 

A maioria das lavouras encontra-se em fase suscetível ao clima tanto à estiagem, como a uma eventual geada. Assim concluímos que há um viés negativo à produção esperada, que deve ser revista no final do mês.

A primeira safra de milho 19/20 teve uma área total de 353 mil hectares uma redução de 2% comparativamente a safra anterior. Entretanto mesmo com uma área menor tivemos uma produção estimada de 3,5 milhões de toneladas, 11% maior que a safra 18/19. A produtividade média no estado chegou próximo a 10.000kg por hectare, 9.968.

Já a segunda safra de milho temos uma área de 2,3 milhões de hectares com uma produção esperada de 12,2 milhões de toneladas. A produção, neste momento representa uma retração de 8% comparado a safra 18/19, porém com praticamente a mesma área plantada.

Nesta semana (19/05/2020) novamente tivemos uma piora das condições de lavoura. Aproximadamente 45% da área encontra-se em condições boas, enquanto que 55% tem condição mediana ou ruim, assim há algum grau de impacto nestas áreas o que poderá resultar numa produtividade menor.

Na próxima semana será revisada a produção que invariavelmente será menor que as 12,2 milhões de toneladas atuais. As chuvas ocorridas no estado ainda não devem ser suficientes para todo o ciclo restante da lavoura no campo.

 

Pecuária de Corte 

*Méd. Veterinário Fábio Mezzadri

 

A segunda quinzena de maio, tem mostrado um ritmo mais calmo nas safra e maior oferta. Este fato se deve à demanda interna mais comedida devido à atual situação de pandemia, provocando alongamento nas escalas de abate.

Esta situação tem feito com que algumas empresas frigoríficas ofereçam preços abaixo da referência para o boi gordo, entretanto poucos negócios têm sido concretizados desta forma. Apesar da época de pico de safra, não se encontra oferta farta de animais terminados, devido ao fato de que este ano muitos produtores estão segurando fêmeas para futuras matrizes.

Outro fato que tem segurado as cotações do boi em altos patamares tem sido as exportações, especialmente para a China, país que tem praticado bonificações de até R$ 10,00 por arroba para animais jovens (até quatro dentes).

No Paraná a situação é semelhante à observada no cenário nacional. Entretanto a severa estiagem vem forçando muitos produtores a venderem seus animais, devido à falta de pastagens e até de água para o consumo dos animais em muitas propriedades, situação esta que tem causado um aumento na oferta estadual.

Segundo o Departamento de Economia Rural (DERAL), os preços médios recebidos pelos produtores caíram 0,8%, comparando a semana entre os dias 11 a 15 de maio e a média do mês de abril, atestando um acréscimo na oferta de animais terminados.

 

Soja 

*Economista Marcelo Garrido

 

O Paraná bate recordes de exportação em 2020. Nunca havia sido exportada tanta soja em grão neste período do ano. No primeiro quadrimestre de 2020, foram comercializadas para o exterior aproximadamente 4,4 milhões de toneladas de soja em grão. Esse volume foi cerca de 39% superior ao mesmo período do ano passado

Os principais destinos da soja paranaense nesta safra são: A China que importou 3,79 milhões de toneladas (87,3%), Paquistão com 143,3 mil toneladas (3,3%), Bangladesh com 126,9 mil toneladas (2,9%), Vietnã com 78,4 mil toneladas (1,8%) e Tailândia com 58,9 mil toneladas (1,4%).

A produção paranaense na safra 2019/20 foi de aproximadamente 20,7 milhões de toneladas, volume cerca de 28% superior ao da safra 2018/19.

 

Trigo 

*Eng. Agrônomo Carlos Hugo W. Godinho

 

Nesta última semana, o câmbio arrefeceu sua alta, pois está mais próximo a R$5,70 contra os R$5,95 recorde na semana anterior. Também os preços internacionais de trigo seguiram em tendência de baixa nesta semana, o bushel foi comercializado abaixo de US$5,00 em Chicago. Na contramão, os preços de balcão no Paraná subiram, chegando a R$62,00 a saca de 60kgs na maioria das praças paranaenses.

Apesar de contraditórias, essas oscilações podem ser facilmente explicadas pela aproximação dos preços do Paraná ao mercado internacional, conforme a escassez de trigo no mercado interno fica mais aguda. Prova disso é o aumento das importações brasileiras em abril, que totalizaram 748 mil toneladas e foram as maiores desde setembro de 2016. Inclusive, o Paraná foi o maior estado importador neste último mês.

Com o maior parque moageiro do país, os moinhos do estado continuam tentando se equilibrar entre adquirir matéria prima mais cara e encarar uma possível diminuição da demanda em função da crise econômica mundial, tendo um alívio pontual com o aumento da demanda devido a estocagem pela população de massas e farinhas.

Uma situação mais confortável só chegará em setembro, com a entrada da safra nacional. Esta safra pode ser maior que a anterior, como os dados da Conab apontam. No Paraná, historicamente o maior produtor, a área está sendo semeada em um ritmo mais lento que o desejável devido à seca, mas as chuvas previstas a partir desta sexta podem normalizar a situação e manter a produtividade nos patamares inicialmente estimados

Clique aqui e veja o Boletim Completo

 

Foto: Plantio de trigo 2017 - Internet