As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leve queda na manhã desta sexta-feira (19). As principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,50 e 1,75 pontos, por volta das 7h48 (horário de Brasília). O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,56 por bushel.
O mercado trabalha em campo negativo pelo segundo dia consecutivo. Depois dos ganhos recentes, o mercado passa por uma correção técnica. Paralelamente, os investidores permanecem acompanhando de perto o comportamento do clima nos Estados Unidos e o impacto das chuvas nas lavouras do cereal.
No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), indicou que 73% das plantações de milho apresentavam boas ou excelentes condições até o último domingo. O número ficou ligeiramente abaixo do reportado na semana anterior, de 74%, o que serviu de suporte aos preços. O órgão atualiza os números na próxima segunda-feira (22).
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Em movimento de ajuste de posições, mercado fecha sessão com leves quedas na CBOT
A sessão desta quinta-feira (18) foi de volatilidade aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity finalizaram o dia com ligeiras quedas entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,58 por bushel, depois de encerrar o pregão a US$ 3,59 por bushel.
A analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, explica que, o mercado passou uma correção técnica após os ganhos mais fortes observados nos dois últimos dias. "Iniciamos a semana com as cotações mais altas com a leve piora no índice de lavouras em boas e excelentes condições nos EUA, que passou de 74% para 73%, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)", destaca.
Cenário agravado pelas previsões indicando chuvas para o Meio-Oeste norte-americano ao longo dessa semana. De acordo com o editor do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer, as lavouras cultivadas mais cedo ainda apresentam boas condições, já as cultivadas mais tarde sofrem com o stress da umidade.
"Apesar do plantio do cereal já ter sido concluído, tivemos muitas especulações no mercado com o excesso de umidade no solo. Mas, temos uma situação um pouco mais tranquila e os investidores já começam a observar o comportamento do clima mais adiante", afirma Ana Luiza.
Isso porque, para os próximos meses a indicação é de altas temperaturas no cinturão produtor de milho do país, o que poderia causar stress nas plantas, segundo ressalta a analista. Inclusive, o cenário já tinha sido destacado pelo consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. Na visão do consultor, se confirmada, a situação poderia até mesmo ocasionar o abortamento das flores e, consequentemente, impactar o potencial produtivo das plantações.
Ainda nesta 5ª feira, o USDA reportou novo boletim de vendas para exportação. Até a semana encerrada no dia 11 de junho, as vendas da safra 2014/15 somaram 627,1 mil toneladas de milho. Em comparação com a semana anterior, na qual foram vendidas 495,6 mil toneladas do grão, o número significa uma alta de 27%. No período, o principal comprador do milho norte-americano foi o Japão, com 182,3 mil toneladas.
Da safra nova, as vendas foram indicadas em 200,4 mil toneladas, contra as 170,5 mil toneladas projetadas na semana passada. No acumulado da temporada, as vendas de milho totalizam 44.583,4 milhões de toneladas de milho. A estimativa do USDA é de 46.360,0 milhões de toneladas do grão.
Mercado interno
No Porto de Paranaguá, o preço da saca do milho, para entrega em outubro/15, encerrou a quinta-feira estável em R$ 28,00. Em meio à ligeira queda registrada na Bolsa de Chicago e no câmbio, que terminou o dia a R$ 3,05, com perda de 0,13%, as cotações não apresentaram modificação.
Enquanto isso, no mercado interno, a situação ainda é de calmaria frente ao avanço da colheita da segunda safra de milho. No Centro-Oeste, os produtores mato-grossenses já iniciaram a colheita da safrinha, que deverá ganhar ritmo nos próximos dias. Na região de Sorriso (MT), até o momento, cerca de 10% da área semeada já colhida.
No Mato Grosso do Sul, a colheita também já teve início em algumas localidades, segundo o informe da Aprosoja/MS. No Paraná, em torno de 6% da área já colhida, segundo boletim do Deral (Departamento de Agricultura Rural) divulgado essa semana. Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicou a segunda safra em 49.377,6 milhões de toneladas na temporada 2014/15.
Entretanto, algumas consultorias brasileiras já estimam a produção em mais de 50 milhões de toneladas. "No mercado interno, a situação ainda é de oferta confortável, estamos caminhando para a confirmação de uma safrinha recorde. Teremos que acompanhar a demanda, como irá se comportar. O consumo interno cresce, mas é pouco, o mercado pode ganhar fôlego com o aquecimento das exportações a partir do segundo semestre. Os embarques também poderão ser favorecidos pelo câmbio", diz Ana Luiza.
Enquanto isso, a oferta de verão ainda tem sido suficiente para atender a necessidade das empresas do Sul e Sudeste do país.