As exportações de milho, que são concentradas no segundo semestre, com a entrada da safrinha no mercado, estão no foco dos investidores, principalmente nesse momento de dólar mais fortalecido.
A valorização da moeda norte-americana ante o real deve impulsionar as exportações brasileiras de milho, que podem alcançar até 26 milhões de toneladas ao fim da safra 2014/2015. É o que estima um estudo da consultoria INTL FCStone, divulgado nesta quinta-feira (2/7). "A valorização do dólar é um fator que traz ganhos de competitividade às exportações brasileiras", afirmou a analista de milho da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, em nota. Segundo estudo, a melhora significativa na competitividade internacional abre espaço para dois cenários: o primeiro, que já vinha sendo estimado, com volume total de 21 milhões de toneladas; já o segundo, mais otimista, seria de 26 milhões de toneladas, valor próximo ao recorde verificado em 2013.
"As exportações de milho, que são concentradas no segundo semestre, com a entrada da safrinha no mercado, estão no foco dos investidores, principalmente nesse momento de dólar mais fortalecido", afirma a analista. O milho brasileiro pode inclusive abarcar parte das exportações do cereal norte-americano e essa já é uma preocupação presente nos Estados Unidos, que sãos os maiores exportadores mundiais do cereal, afirma o estudo.
Dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam os embarques do cereal somaram 136,8 mil toneladas no mês, alta de 48,7% ante o volume embarcado em junho do ano passado. Em relação ao mês anterior, a alta foi de 235,6% (38,8 mil toneladas).
O estudo da FCStone faz uma comparação entre a exportação do grão produzido em Sorriso (MT) e originado no Estado de Illinois (EUA) para o mesmo destino. Com uma taxa de câmbio acima de R$ 3,17, as exportações brasileiras do grão para o Japão, o principal importador global, ficam mais competitivas do que as dos Estados Unidos.