Os preços da soja despencaram na sessão desta quarta-feira (12) na Bolsa de Chicago e fecharamo pregão perdendo mais de 50 pontos. O mercado foi severamente pressionado pelos números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que apontaram, contrariando as expectativas divulgadas nos últimos dias, um aumento na produção, produtividade e estoques dos Estados Unidos na safra 2015/16.
A produção de soja dos EUA foi estimada em 106,58 milhões de toneladas, contra 105,73 milhões estimadas em julho e de expectativas dos traders que variavam, em média, de 100 milhões a 103 milhões de toneladas. a produtividade norte-americana foi revisada para cima e passou de 52,17 para 53,17 sacas por hectare. Ao mesmo tempo, o USDA reduziu sua perspectiva para a área plantada - de 34,44 milhões para 34,12 milhões de hectares - e de área colhida - de 34,16 milhões para 33,79 milhões de hectares.
O departamento reportou ainda um aumento também nos estoques finais da safra nova para 12,78 milhões de toneladas, contra o volume de 11,57 milhões trazido no reporte anterior. Além disso, reduziu ainda as exportações dos EUA de 48,31 milhões para 46,95 milhões de toneladas. Já para o esmagamento americano, uma pequena elevação de 50,1 milhões para 50,62 milhões de toneladas.
Para Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, os números trazidos pelo USDA vieram dentro de suas expectativas uma vez que, apesar dessa "consciência coletiva" apostar em uma safra média de 101 milhões de toneladas, o boletim semanal de acompanhamento de safras que trouxe uma manutenção do índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições nos EUA na última segunda-feira (10) em 63% já indicavam que o número poderia ser maior.
E isso justifica ainda, segundo o analista, esse rendimento estimado também mais alto para a oleaginosa. Nesse mesmo boletim da última segunda, a produtividade média da soja foi estimada em 52,27 sacas por hectare (46,1 bushels por acre), maior do que na semana anterior. "Minha expectativa era de baixa, entretanto, não esperava esta queda tão forte em uma única sessão", disse Mariano.
Para Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, os números surpreenderam e o mercado irá precisar agora acompanhar o clima e contar com alguma irregularidade climática para encontrar espaço para uma recuperação. Sobre a demanda podendo se intensificar diante de preços mais baixos, Motter diz que ela "não deve reagira a ponto de recuperar os preços neste momento. Acredito em mudanças positivas com alguma irregularidade climática".