Em um movimento conhecido como "turnaround tuesday", ou "terça-feira da virada", os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicao trabalham em campo positivo. Mais cedo, os principais vencimentos registravam altas significativas de mais de 14 pontos, porém, por volta das 12h50 (horário de Brasília), os ganhos já eram um pouco mais tímidos e se mostravam na casa dos 7 pontos.
Assim, o contrato novembro/15, referência para a safra americana, era cotado a US$ 8,81 por bushel. A primeira posição - setembro/15 - tentava se consolidar novamente no patamar dos US$ 9,00 por bushel.
No Brasil, os preços da soja praticados nos portos também apresentavam valorização nesta terça, apesar do dólar em baixa frente ao real. Com a moeda norte-americana valendo R$ 3,54 e cedendo 0,48%, mas com referências melhores em Chicago, a soja disponível valia R$ 78,20 no terminal de Rio Grande e R$ 77,50 por saca no de Paranaguá. No caso da soja da safra nova, os valores eram de R$ 78,00 e R$ 75,00, com destaque para o porto paranaense, que ontem encerrou o dia com um valor R$ 2,00 mais baixo.
Bolsa de Chicago
Esse é um movimento típico do mercado de futuros, segundo explicam analistas, o que faz com que os traders busquem uma recuperação e a retomada de alguns patamares importantes para o equilíbrio dos negócios. Apesar da pressão das notícias que chegam da China e da preocupação sobre o crescimento da economia da nação asiática e dos fundamentos negativos para os preços neste momento, ainda de acordo com analistas, a soja não tem muito espaço para se manter abaixo dos US$ 9,00.
Hoje, as bolsas da China voltaram a registrar um novo pregão negativo, pelo segundo dia consecutivo, após a chamada "Segunda-Feira Negra" e o índice de Xangai perdeu 7,63%. Pequim não interviu e, segundo analistas e economistas internacionais, essa postura acabou por aumentar a aversão ao risco, agravando as baixas nos negócios.
Segundo explica o analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures, Bryce Knorr, os futuros da soja continuam mostrando sua forte relação com os do petróleo, que também operam em campo positivo nesta terça e favorecem o avanço da oleaginosa. Além disso, reforça ainda que essa alta das commodities vem também diante de um dólar mais fraco na sessão de hoje.
E paralelamente, ontem o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe ainda seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras mantendo em 63% seu índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições. O número é o mesmo da semana anterior. Além disso, o mercado há de absorver ainda as condições favoráveis no Meio-Oeste americano para a conclusão desta nova safra dos EUA, que começa a ser colhida já nas próximas semanas.
Paralelamente, o USDA anunciou, também nesta terça, uma nova venda de soja da safra 2015/16 dos EUA de 210 mil toneladas para destinos desconhecidos. Ontem, o anúncio foi de 120 mil toneladas.