A semana foi marcada pelo começo da colheita do feijão da segunda safra no Paraná. Se o clima colaborar, a produção pode atingir 491,2 mil toneladas, volume 83% superior ao da safra passada. A área, estimada em 251,2 mil hectares, é 12% superior. Os dados são do Boletim de Conjuntura Agropecuária elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 2 a 9 de abril.
As primeiras áreas colhidas estão na região de Cornélio Procópio (Norte), e a expectativa é de que o trabalho finalize em junho. De maneira geral, 35% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 35% em fase de floração, 27% em frutificação e 2% em maturação.
O Deral avalia que as lavouras estão evoluindo bem, e 80% da área se encontra em boas condições, 17% em condições médias e 3% em condições consideradas ruins. Conforme dados do Departamento, no mês de março os agricultores receberam, em média, R$ 282,98 pela saca de 60 kg do feijão cores e R$ 285,84 pelo feijão preto. Os preços da leguminosa no mercado seguem firmes nos últimos meses.
A safra paranaense é estratégica para o abastecimento do mercado brasileiro. Estima-se que 34% do total nacional tenha origem no Estado.
GRÃOS – Nesta semana, também foi encerrado o plantio da segunda safra de milho do ciclo 2020/21, com área estimada em 2,4 milhões de hectares. Do total, 92% apresenta boas condições, enquanto 7% tem condições medianas e 1% está em situação ruim.
A colheita da soja atingiu 95% da área cultivada. O clima das últimas semanas tem beneficiado os trabalhos de colheita e permitiu que os produtores acelerassem a retirada do produto do campo. Das poucas áreas ainda a colher, 86% estão em condições consideradas boas e 14% em condições medianas.
Quanto ao trigo, a produção deve superar 3,7 milhões de toneladas, mas a estimativa pode ser reajustada para baixo conforme as condições climáticas.
BATATA – O cultivo da batata na segunda safra tem área estimada em 12,2 mil hectares, 2% superior ao ano anterior, e um volume esperado de 345,9 mil toneladas, crescimento de 17% em relação à safra passada. Cerca de 93% da área foi plantada e 16% está colhida. Aproximadamente 95% da área total se encontra em boas condições e 5% em condições médias. O preço médio recebido em março pela saca de 50 kg foi de R$ 68,65, valor que representa redução de 16% em relação ao mês anterior.
PECUÁRIA – O Deral também analisou os índices de preços e exportação e importação das carnes ovina e caprina. A carne ovina registrou alta no varejo neste mês na comparação com março do ano passado. Por outro lado, o ovinocultor não teve a remuneração condizente com seus custos nem acréscimo no preço dos seus animais. Com aumento de 18,67%, a cotação do cordeiro vivo no Paraná encerrou o mês de março a R$ 10,68/kg segundo o Cepea, atenuando a queda de fevereiro.
Paraná produz um terço da carne de frango do Brasil
OUTRAS CULTURAS – O Boletim traz ainda informações sobre o kiwi, que ocupa, em média, 200 hectares no Paraná. Em 2019, a produção foi de 1,9 mil toneladas, e o Valor Bruto da Produção soma R$ 8,5 milhões. No ano passado, as Ceasas do Paraná comercializaram 889 toneladas de kiwi a um preço médio de R$ 11,00/kg.
Com relação à mandioca, a redução das chuvas foi benéfica aos trabalhos de colheita, porém a constante queda nos preços não permitiu grandes avanços. Também contribuiu para o menor ritmo da colheita a preferência dos produtores em concentrar o maior tempo possível nos plantios de milho, feijão e soja.
Os dados de 2020 sobre a produção de ovos mostram que o Paraná subiu para a segunda colocação no ranking nacional, com 360,64 milhões de dúzias produzidas, 3,3% a mais que em igual período de 2019. O estado de São Paulo lidera a produção, com 1,14 bilhões de dúzias.