Os preços da soja disponível já se aproximam dos R$ 90,00 nos portos do Brasil nesta quarta-feira (23). Por volta de 12h40 (horário de Brasília), o dólar subia 2,17% e era cotado a R$ 4,136 e os futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago trabalhavam com altas ligeiras altas de pouco mais de 2 pontos nas posições mais negociadas.
Assim, em Rio Grande já se falava em negócios na casa de R$ 88,50 por saca e e em Paranaguá perto dos R$ 87,00, segundo relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Esses mesmos negócios, no entanto, ainda eram bastante pontuais e o ritmo do mercado era lento. O sentimento é de cautela e espera por momentos ainda melhores.
"O mercado é extremamente comprador, mas os vendedores sumiram. Ninguém está entregando a pouca oferta disponível que ainda possui, os produtores estão apostando na soja como um ativo financeiro", diz. E o mesmo acontece com o milho, em um mercado onde os preços já beiram os R$ 40,00 por saca, inclusive para a oferta entregue no ano que vem, como explica o consultor.
E apesar desses elevados patamares citados ao longo dos negócios desta quarta, a média de preços era ligeiramente menor perto de meio-dia. No terminal gaúcho, o produto disponível tinha R$ 86,00, com alta de 0,58% em relação ao fechamento de ontem, enquanto no paranaense, alta de 1,22% para R$ 83,00 por saca.
Para a soja da nova safra brasileira, o ritmo também é mais lento nesse momento e preços melhores também são aguardados pelos produtores. Em Paranaguá, por exemplo, ainda segundo Brandalizze, não saíram negócios nem com oferta de preço de R$ 87,00 por saca. Na média, o porto registrava R$ 82,00, enquanto em Rio Grande esse valor era de R$ 85,00, mostrando estabilidade em relação ao último preço desta segunda-feira.
Mercado Internacional
Na Bolsa de Chicago, as ligeiras altas registradas pelos futuros da soja são reflexo de uma tentativa de recuperação técnica da sessão anterior, quando a commodity fechou o dia com baixas de mais de 10 pontos entre os principais vencimentos.
Entretanto, a pressão sobre a oleaginosa continua e, como explicam analistas, deve continuar conforme avança a colheita da nova temporada nos Estados Unidos. Até o último domingo (20), cerca de 7% da área norte-americana cultivada com soja já havia sido colhida e os primeiros reportes de produtividade, ainda segundo analistas internacionais, eram promissores.