O Banco Central estimou que a inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, deve somar 9,5% em 2015 - mais do que o dobro da meta central de 4,5% para o período e também acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação brasileiro.
Além disso, a autoridade monetária também previu que o Produto Interno Bruto (PIB) deve "encolher" 2,7% neste ano – a maior contração desde 1990, quando recuou 4,35%, ou seja, em 25 anos. Os dados fazem parte do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, divulgado nesta quinta-feira (24).
No relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado em junho, o BC estimava inflação de 9% e uma contração de 1,1% na economia de 2015. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país, e serve para medir o comportamento da atividade econômica. De acordo com dados oficiais, a economia brasileira já está em recessão.
"A atividade econômica no Brasil segue sob influência do ajuste macroeconômico em curso no país [implementado com contenção de gastos, alta de tributos, de juros e do dólar]. Esse processo apresenta três componentes - monetário, externo e fiscal - e é necessário e essencial para a consolidação de fundamentos que favoreçam a convergência da inflação para a meta no final de 2016, através da redução de desequilíbrios macroeconômicos. Os seus efeitos tendem a ser ampliados pelo ambiente associado a eventos não econômicos", avaliou o Banco Central.
Na semana passada,os economistas do mercado financeiro previram que o IPCA deste ano deverá somar 9,34% - o maior valor dos últimos treze anos - e que o PIB deve registrar "encolhimento" de 2,70%. As projeções oficiais do governo, que estão no orçamento deste ano, apontam para uma inflação de 9,29% e para uma retração do PIB de 2,44% em 2015.