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Soja: Preços fecham o dia em alta no Brasil com foco na alta do dólar; na CBOT, baixa de mais de 11 pts

28/09/2015 18:09

A sessão desta segunda-feira (28) foi de baixa intensa para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago e os principais contratos fecharam o dia com perdas de mais de 11 pontos. Com isso, o vencimento novembro/15 voltou à casa dos US$ 8,70 e o maio/16 à dos US$ 8,80 por bushel. As posições, assim, encerraram o pregão cotadas a US$ 8,76 e US$ 8,88, respectivamente. 

No mercado brasileiro, dia positivo para as cotações, apesar dessa queda na CBOT. O dólar voltou a subir, superou novamente os R$ 4,00 e parece ter devolvido parte do fôlego das cotações nos portos e no interior do país. Nesta segunda, a moeda norte-americana voltou a disparar e encerrou os negócios com 3,37% de alta a R$ 4,1095. Essa foi, segundo a agência de notícias Reuters, o maior ganho desde 21 de setembro de 2011, quando a divisa subiu 3,75%. 

Em Rio Grande, o produto disponível ficou em R$ 87,00 por saca, com alta de 3,2% e em Paranaguá subiu 2,38% para R$ 86,00 por saca. Para a soja futura, ganhos de 2,38% e 2,44% para, respectivamente, R$ 86,00 e R$ 84,00 por saca. Entre as principais praças de comercialização, os ganhos variaram de 0,68% a 1,42% e apenas em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso, e Jataí, no Goiás, têm valores abaixo dos R$ 70,00 por saca no disponível. Em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o preço está em R$ 80,00. 

Pressão na Bolsa de Chicago

O principal fator de pressão sobre as cotações, segundo explicaram analistas, vem das boas expectativas sobre a colheita da nova safra dos Estados Unidos, como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora.  "Além disso, temos ainda os relatos de produtividade melhores", diz. 

Ainda nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seu reporte semanal de acompanhamento de safras e traz o novo índice de área colhida no país, além dos novos números para as condições das lavouras norte-americanas.  

E as expectativas do mercado são de que a colheita venha concluída em 20% da área e o índice das condições das plantações seja mantido em relação à última semana. Até o domingo passado (20), 7% da área dos EUA cultivada com a oleaginosa já havia sido colhida. 

Com esse quadro e condições climáticas que vêm favorecendo a conclusão da safra 2015/16 dos EUA, as projeções dos traders sobre a produtividade da soja estão divididas. Para alguns analistas e consultores internacionais, o rendimento esperado de 47,1 bushels por acre (53,4 sacas por hectare) não deve ser alcançado. 

Para o banco internacional Rabobank, por exemplo, são esperados 45 bushels (51,02 sacas/ha). Por outro lado, outra frente passou a crer nesses números do departamento norte-americano diante desse quadro de clima bom. 

"Os rendimentos no Meio-Oeste americano estão, uniformemente, acima das expectativas. Isso está reduzindo o ceticismo de que o USDA traz projeções muito elevadas para a produtividade da soja e dá sinais de que os números estimados pelo governo devem ser alcançados", disse o vice-presidente da corretora RJ O'Brien, de Chicago, Rich Feltes.

Além dessa sazonal pressão exercida pelo avanço da colheita nos Estados Unidos e de um movimento técnico de realização de lucrosapós as fortes altas da última sexta-feira (25), o mercado de Chicago, ainda segundo analistas, observou o reposicionamento dos investidores à espera do novo relatório de estoques trimestrais que o USDA traz na próxima quarta-feira, 30 de setembro. O boletim faz referência a 1º de setembro. 

As expectativas do mercado, nesse caso, são de números menores e abaixo das expectativas, ainda de acordo com os analistas, o que poderia se configurar como um fator de suporte para as cotações no quadro internacional. Em 30 de junho, os estoques trimestrais de soja foram estimados pelo departamento em 17,01 milhões de toneladas na posição de 1º de junho. 

E paralelamente aos dados de oferta, a demanda também apareceu nos negócios desta segunda-feira. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), também nesta segunda, anunciou novas vendas de soja. Foram 1 milhão de toneladas do grão da safra 2016/17 para a China e mais 240 mil toneladas da safra 2015/16 para destinos desconhecidos.   

Porém, os números dos embarques semanais da oleaginosa pelo país acabaram ficando abaixo das expectativas do mercado. Na semana que terminou em 21 de setembro, os EUA embarcaram 530,493 mil toneladas de soja, contra 502,846 mil da semana anterior. As projeções dos traders, no entanto, variavam de 550 mil a 850 mil toneladas. No acumulado do ano comercial,  os embarques já somam 1.429,787 milhão de toneladas, ligeiramente menor do que o total do mesmo período da temporada anterior de 1.501,683 milhão. 

Fonte: Notícias Agrícolas