Para o mercado internacional da soja, a semana é de novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e, portanto, de intensa volatilidade para as cotações na Bolsa de Chicago.
Depois de testar os dois lados da tabela e de garantir ganhos um pouco mais fortes, por volta das 13h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa vinham trabalhando em campo positivo, com altas de 3,75 a 4,25 pontos e o vencimento maio/16, referência para a safra do Brasil, ainda sustentando o patamar dos US$ 9,00 por bushel.
Ainda assim, os preços da soja nos portos brasileiros voltaram a recuar nesta quarta-feira (7). Os ganhos que vem sendo registrados na Bolsa de Chicago vêm sendo neutralizados por uma nova baixa do dólar frente ao real. A moeda norte-americana, neste pregão, perdia 0,60% por volta das 13h50 (Brasília), e era negociada a R$ 3,827.
"Investidores estão mostrando clara preferência por risco devido a expectativas de que o Fed não mude sua política monetária por enquanto", escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes divulgada pela agência de notícias Reuters, referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano.
Com isso, a soja da nova safra perdia 0,61% em Paranaguá, para ser negociada a R$ 82,00 por saca, enquanto caía 0,49% em Rio Grande, passando a valer R$ 81,10. Já há pouca soja disponível da safra velha perdia 1,23% no terminal paranaense e 0,60% no gaúcho, valendo, respectivamente, R$ 80,00 e R$ 83,00 por saca.
Na Bolsa de Chicago
"Os futuros da soja estão novamente em alta hoje e mantendo o contrato novembro/15 acima dos US$ 9,00 por bushel, e isso deve continuar na medida em que o bom humor se mantém. As expectativas de vendas crescentes para a China e de que o USDA poderia fazer cortes modestos nos estoques norte-americanos bem como na produtividade do país provêm suporte às cotações", diz o analista de mercado Bryce Knorr, do site internacional Farm Futures.
O novo reporte mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sai na próxima sexta-feira, 9 de outubro, e traz ansiedade aos traders e especulações sobre os números, como tradicionalmente acontece. Assim, a semana ainda deve ser de volatilidade e traders buscando um bom posicionamento antes da chegada dessas informações.
Completando o quadro, há ainda um movimento dos investidores de uma recompra de posições em commodities agrícolas, deixando o dólar diante de sua baixa frente à algumas das principais moedas emergentes nas última sessões, como explicou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.
"O que traz um mercado trabalhando com certa volatilidade ainda é a dúvida que reina sobre dinheiro, dúvida se haverá aumento ou não da taxa de juros nos EUA já traz alguma conclusão entre os gestores de recursos, que trocaram dólares por commodities agrícolas, ou seja, vendem dólares e compram agrícolas", explica o analista. E esse é um movimento, ainda segundo Mariano, que já vem acontecendo nos últimos dias, dando importante suporte para as cotações.