Na última sessão da semana, o mercado da soja segue caminhando de lado na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h40 (horário de Brasília) as cotações da oleaginosa subiam pouco mais de 0,50 ponto nos principais vencimentos, com o novembro/15 valendo US$ 9,17 por bushel.
Os últimos dias foram marcados pela pouca movimentação das cotações na CBOT, que foram sentindo o peso das notícias diárias tanto positivas quanto negativas sobre seus fundamentos. Ao mesmo tempo, ganham cada vez mais peso as novas informações sobre a nova safra da América do Sul.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja: Preços da safra nova fecham em alta nos portos do Brasil nesta 5ª feira; mercado na CBOT recua
Os preços da soja fecharam o pregão desta quinta-feira (15) com leves baixas na Bolsa de Chicago, após caminhar de lado durante todo o dia e testar os dois lados da tabela. Esse foi mais um dia de pouca movimentação das cotações e busca pela definição de uma direção para os negócios. Com isso, o vencimento novembro/15 ficou com US$ 9,05, enquanto o maio/16 foi a US$ 9,16 por bushel.
O mercado internacional, como vêm relatando os analistas há algumas sessões, segue se comportando de forma técnica, mas ainda muito atento às informações que chegam dos fundamentos, entre eles a conclusão da safra dos Estados Unidos, o início da temporada da América do Sul e mais a demanda.
Ainda de acordo com a analista de mercado Andrea Sousa Cordeiro, da Labhoro Corretora, alguns outros fatores contribuíram para o tom negativo do mercado, entre eles, o dólar mais forte no exterior frente a uma série de moedas emergentes, o petróleo em queda e o número do esmagamento de soja nos EUA, que ficou aquém das expectativas do mercado.
Em setembro, os EUA processaram 3,45 milhões de toneladas de soja, de acordo com o boletim mensal trazido pela NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) nesta quinta. O volume ficou ligeiramente abaixo das 3,51 milhões de toneladas esperadas pelo mercado, mas ainda assim registrou o maior volume para o mês em oito anos. Em agosto, o esmagamento ficou em 3,67 milhões de toneladas.
Mercado Internacional
No Brasil, além das movimentações tímidas em Chicago, a formação dos preços se depara ainda com a volatilidade do dólar e as incertezas sobre o destino da taxa cambial. Nesta quinta, apesar do rebaixamento da nota de crédito do país pela agência de classificação de risco Fitch, a moeda norte-americana voltou a recuar e fechou o dia com 0,32%, valendo R$ 3,8005. Na mínima do dia, a divisa bateu R$ 3,78.
Assim, o dia também foi de pouca movimentação nos preços da soja nos portos e no interior do Brasil. No terminal de Paranaguá, o produto disponível encerrou com R$ 82,00, estável, e com R$ 83,60 por saca do produto da nova safra, e alta de 0,72%. Já em Rio Grande, manutenção para a disponível, com R$ 85,00, e alta de 1,22% no futuro, que fechou com R$ 83,00 por saca.
Já entre as principais praças de comercialização, os destaques ficaram para Cascavel, no Paraná, com alta de 1,43% para R$ 71,00 por saca, e baixa de 1,39% em São Gabriel do Oeste, também para chegar ao R$ 71,00. Nas demais, estabilidade.
Depois de os preços da soja nos portos chegaram a beirar patamares próximos dos R$ 90,00 e, no interior, alcançar valores também mais atrativos nos últimos meses e estimulado vendas fortes no Brasil - que já chegam a 40% da safra nova - o momento atual acaba inspirando mais cautela e espera.
"O mundo todo está de olho no futuro do real", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira.
O sojicultor do Brasil agora se foca com mais intensidade, segundo explicam analistas e consultores, o início do plantio da temporada 2015/16, e não mais tanto em novas vendas. O cenário climático ainda chama a atenção e compromete o bom desenvolvimento dos trabalhos de campo.