A soja volta a trabalhar em campo positivo na sessão desta sexta-feira (11) na Bolsa de Chicago. As cotações subiam entre 4,75 e 5,25 pontos, dando continuidade ao movimento positivo registrado na sessão anterior e após uma semana de intensa volatilidade. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), o primeiro contrato - janeiro/16 - era cotado a US$ 8,83 por bushel.
O mercado, segundo explicam analistas, buscam se posicionar depois dessa falta de direção das últimas semanas, ainda buscando a recuperação do patamar dos US$ 9,00. Ainda assim, falta força para uma melhor definição dos negócios diante da ausência de notícias fortes entre os fundamentos e, dessa forma, os preços devem continuar caminhando de lado.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja: Preços caem nos portos e no interior do Brasil mesmo com altas no dólar e na CBOT
A sessão foi de intensa volatilidade para as cotações da soja nesta quinta-feira (10) na Bolsa de Chicago. Depois de inicar o dia caminhando de lado e em campo negativo, os futuros da oleaginosa passaram a subir, ampliaram seus ganhos, mas, perderam força no final dos negócios e concluíram o dia com ligeiras altas, de pouco mais de 2 pontos.
No Brasil, os preços também não obedeceram um mesmo caminho e fecharam o dia com altas e baixas, tanto no interior do país quanto nos portos, apesar da alta do dólar frente ao real. A moeda norte-americana encerrou a sessão com mais de 1% de alta e cotado em R$ 3,8005, depois da agência de classificação de risco Moody's ameaçar rebaixar o Brasil.
Assim, estabilidade em Paranaguá, com a soja disponível em R$ 80,00 por saca e a da nova safra valendo R$ 75,00, enquanto em Rio Grande, referência para apenas para o produto futuro em R$ 79,50. No terminal de Santos, o último valor foi de R$ 75,45, caindo 0,92%.
No interior do país, algumas praças de Mato Grosso chegaram a recuar mais de 14%, perdendo o patamar dos R$ 60,00 por saca, ao mesmo tempo em que ligeiras valorizações puderam ser registradas em São Gabriel do Oeste/MS, para R$ 63,12.
De acordo com o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, frente a esse quadro de preços, as negociações no mercado do Brasil permanecem muito limitadas. "Apesar de ganhos no câmbio e na CBOT, as indicações de compra para lotes disponíveis sofreram pressão nesta jornada. As indústrias relatam dificuldades na colocação de farelo e óleo em razão das oscilações no interesse de compra do mercado doméstico", diz.
Bolsa de Chicago
No mercado internacional, as altas foram de pouco mais de 1,50%, as quais levaram o julho/16 a US$ 8,94 por bushel, buscando a volta dos US$ 9,00. Já o maio/16, referência para a safra do Brasil, fechou o dia valendo US$ 8,82.
Ainda segundo Camilo Motter, um dos principais fatores de suporte para as cotações da soja em Chicago nesta segunda-feira vieram de boas notícias da demanda. Os números das vendas semanais dos EUA trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ficou acima das expectativas do mercado e elevaram o volume total já comprometido a mais de 34 milhões de toneladas.
O analista afirma que, apesar desse rtimo mais lento em que acontecem as vendas norte-americanas neste ano em relação ao ano passado, as operações seguem dentro do esperado e, que ainda assim, não sinalizam um esfriamento da demanda. Afinal, os compradores - diante do dólar mais alto - buscaram a oferta de fornecedores onde o produto era mais competitivo, como no Brasil, por exemplo. E, por conta disso, já há quase 50 milhões de toneladas de soja brasileira da safra 2015/16, ainda sendo plantada, já comercializadas.
Na semana encerrada em 3 de dezembro, as vendas totalizaram 1.454,0 milhão de toneladas, enquanto as expectativas dos traders variavam de 700 mil a 1,1 milhão de toneladas. As exportações de farelo de soja também superaram as projeções dos traders.
E complementando as informações de demanda, o USDA anunciou ainda uma nova venda de soja para a China de 120 mil toneladas da safra 2015/16.
"Mesmo com pouca movimentação, o mercado adotou uma postura positiva no dia seguinte à divulgação do relatório de oferta e demanda de dezembro, cujos números ficaram totalmente neutros comparativamente ao mês anterior. O tom positivo do dia foi dado pelas exportações semanais dos EUA, que ficaram acima das estimativas do mercado e pela percepção de que a demanda de óleo está em alta, notadamente com consequência do aumento da produção de biodiesel", explica Motter.