No Porto de Santos, a saca do milho fechou a segunda-feira (14) com alta de 4,05%, negociada a R$ 38,50. Já no terminal de Paranaguá, a cotação da saca do cereal permaneceu estável em R$ 36,50. Na região de Tangará da Serra (MT), a valorização foi de 2,63%, com a saca a R$ 19,50. As cotações foram impulsionadas pela alta do dólar e também pelo ganho observado nos preços futuros na Bolsa de Chicago.
O câmbio, por sua vez, encerrou o pregão com ganho de 0,32%, cotado a R$ 3,8862 na venda, depois de atingir R$ 3,9250 na máxima do dia. Conforme dados da agência Reuters, a movimentação positiva é decorrente da avaliação dos investidores em relação à menor presença popular nas manifestações pelo impeachment contra a presidente do país, Dilma Rousseff.
A moeda norte-americana continua sendo o principal fator de sustentação aos preços do cereal e ainda contribui para a competitividade do grão no cenário internacional. As exportações seguem em ritmo aquecido e, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), até a segunda semana de dezembro, os embarques de milho somam 3.109,3 milhões de toneladas.
A média diária ficou em 345,5 mil toneladas de milho, o que representa uma alta de 45,2% em relação ao mês anterior, quando a média ficou em 237,9 mil toneladas. Em comparação com o ano anterior, a lata é ainda mais expressiva, de 123,2%. Em dezembro de 2014, a média diária de exportação do cereal ficou em 154,8 mil toneladas.
No período, os embarques renderam ao país uma receita de US$ 513,5 milhões, com média diária de US$ 57,1 milhões. No mês anterior, a receita foi de US$ 799,1 milhões, com média diária de US$ 40,0 milhões. As informações foram reportadas nesta segunda-feira.
Para dezembro, os analistas ressaltam que o volume embarcado possa chegar a 5,5 milhões de toneladas. E no acumulado da temporada, de fevereiro até dezembro de 2015, as exportações estão acima dos 30 milhões de toneladas. Com isso, a projeção é que os embarques superem as 34 milhões de toneladas no final deste ciclo, ainda conforme ressalta os analistas.
"Viemos com um forte ritmo de exportação, com volumes recordes, principalmente para os portos do norte do país. E o atraso no plantio da soja, fez com que a janela ideal de plantio ficasse em alerta. Grosso modo, 60% da oferta nacional é dada pela safrinha e, isso já aconteceu outras vezes, se no segundo semestre de 2016, os EUA tiverem algum problema, com quebra na safra poderemos ter uma mudança no cenário. O quadro é favorável para o cereal no médio e longo prazo", afirma o analista de mercado da Agrinvest, Marcos Araújo.
BM&F Bovespa
As principais posições do milho negociadas na BM&F Bovespa consolidaram a movimentação positiva e encerraram a sessão desta segunda-feira (14) com valorizações de mais de 1%. O vencimento janeiro/16 era cotado a R$ 36,90 a saca e ganho de 1,23%. Já o contrato março/16 era negociado a R$ 37,73 a saca e alta de 1,45%. Assim como no mercado interno, as cotações também encontraram suporte na alta do dólar registrada nesta segunda-feira.
Bolsa de Chicago
Depois das perdas recentes, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta segunda-feira (14) do lado positivo. As principais posições do cereal ampliaram as altas ao longo do dia e encerraram a sessão com valorizações entre 3,75 e 4,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,79 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,75 por bushel.
Segundo informações do site internacional Farm Futures, o mercado foi sustentado pelas especulações sobre a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que começa nesta terça-feira e deverá durar até quarta-feira. A perspectiva é que a instituição eleve a taxa de juros do país, rumores apontam que há cerca de 79% de chances de que o banco aumente a tarifa, o que pode acontecer pela primeira vez desde 2006.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de embarques semanais. Na semana encerrada no dia 10 de dezembro, as vendas de milho ficaram em 566,835 mil toneladas, contra as 501,239 mil toneladas da semana anterior. O volume também ficou dentro das apostas dos participantes do mercado, entre 500 mil a 650 mil toneladas.
Com o novo reporte, o volume total de milho embarcado de milho norte-americano chega a 7.825,172 milhões de toneladas nesta temporada. O número está bem abaixo do registrado no mesmo período do ano comercial anterior, de 10.196,130 milhões de toneladas.
Outra informação importante para o mercado do cereal nesse início de semana foi a confirmação da retirada das taxas de exportação do grão argentino. Desde o resultado das eleições havia muitas especulações sobre a possibilidade da medida, já que essa foi uma promessa feita pelo presidente Maurício Macri ao longo da campanha. Inclusive, a perspectiva dos investidores é de que a medida incentivasse o aumento na área cultivada com o milho ainda nesta safra.
Paralelamente, os investidores ainda acompanham os primeiros dados sobre a próxima safra dos EUA. Segundo projeção do USDA, a produção norte-americana deverá registrar um aumento de 2%. Já área destinada ao grão poderá aumentar de 35,77 milhões de hectares nesta safra, para 36,62 milhões de hectares na próxima temporada. A produtividade deverá crescer de 177,92 sacas por hectare, para 179,17 sacas por hectare. Por outro lado, o preço médio estimado para a cultura foi de US$ 3,60 por bushel.
Por: Fernanda Custódio