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Soja na Bolsa de Chicago ainda vê mercado sem direção e realizando lucros na manhã desta 3ª feira

23/02/2016 08:25

Com um movimento de realização de lucros, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham com ligeiras perdas de pouco mais de 3 pontos entre os principais vencimentos na manhã desta terça-feira (23). 

A volatilidade segue permeando os negócios internacionais já que, mesmo com um sentimento um pouco mais otimista no mercado de commodities, ainda não há consistência nos movimentos de alta, ou mesmo de baixa, para que os mesmos tenham uma continuidade. 

Dessa forma, por volta das 7h30 (horário de Brasília), a primeira posição - março/16 - era cotada a US$ 8,77 por bushel, depois de ontem ter superado os US$ 8,80. Já os contratos mais distantes, julho e agosto/16, que encerraram a sessão anterior acima dos US$ 8,90, trabalhavam com US$ 8,85 e US$ 8,87, respectivamente. 

Entre os fatores que seguem sendo acompanhados de perto pelos investidores estão a conclusão da safra da América do Sul, principalmente a logística no Brasil e o clima na Argentina, além da colheita; o mercado financeiro mundial, onde as ações chinesas também realizaram lucros hoje; e as expectativas para o Outlook Forum que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) realiza entre os dias 25 e 26 deste mês, trazendo as primeiras projeções para a safra 2016/17. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Baixa do dólar no Brasil neutraliza ganhos em Chicago e preços recuam nos portos

O mercado internacional da soja fechou a primeira sessão da semana em alta, após operar durante todo o dia em campo positivo e registrando boas altas ao longo dos negócios. Entretanto, a retomada de alguns patamares importantes para os preços na Bolsa de Chicago não estimularam muito os negócios no Brasil, que seguem caminhando a passos lentos e com os produtores ainda focados nos trabalhos de colheita. 

A baixa do dólar, afinal, acabou neutralizando os ganhos e mantendo as cotações praticadas no Brasil ainda em patamares semelhantes aos registrados no final da última semana. Em Paranaguá, a soja disponível fechou o dia valendo US$ 78,00 por saca, com queda de 3,11%, enquanto em Rio Grande foi a R$ 79,00 no disponível, perdendo 2,59%, e para a entrega junho/16, o último preço de referência no terminal gaúcho foi de R$ 81,00, com queda de 2,64%. 

O dólar encerrou o dia perdendo 1,82% nesta segunda-feira e acabou neutralizando as altas observadas em Chicago para os preços da soja. A divisa fechou a sessão valendo R$ 3,95, depois de bater na mínima de R$ 3,93 no dia, após os investidores se voltarem com mais atenção a ativos mais arriscados, entre eles, as commodities como a própria soja e o petróleo. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa acompanharam os ganhos das commodities diante do melhor humor do mercado financeiro e também renovaram o fôlego diante dos bons números dos embarques semanais norte-americanos reportados, nesta segunda-feira, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Entre os principais contratos, as altas na CBOT foram de pouco mais de 3 pontos, com o março/16 valendo US$ 8,82 por bushel, e o maio/16, referência para a safra do Brasil, com US$ 8,85. Já as posições mais distantes voltaram a assumir a posição dos US$ 8,90.

Na semana encerrada em 18 de fevereiro, os EUA embarcaram 1.531,401 milhão de toneladas de soja, contra 1.760,174 milhão da semana anterior. E apesar do recuo semanal, o volume ficou acima do intervalo esperado de 1,1 milhão e 1,4 milhão de toneladas. No acumulado do ano comercial, o total já embarcado pelo país soma 37.407,597 milhões de toneladas da oleaginosa, contra 41.271,946 milhões do mesmo período do ano anterior. 

Ainda entre os fundamentos, o mercado internacional da soja espera pelas informações que o departamento agrícola norte-americano traz nos próximos dias 25 e 26 de fevereiro no Agricultural Outlook Forum com as primeiras projeções para a safra 2016/17. A chegada do evento, como explicam analistas, permite que as especulações sobre as decisões dos produtores norte-americanos para a nova temporada ganhem cada vez mais terreno e tragam mais volatilidade aos negócios. 

"O USDA Ag Outlook Forum está chegando e esperamos por qualquer indicação ou previsão sobre o que pode vir no evento deste ano", diz Mike North, preisdente da Commodity Risk Management Group, afirmando que o mercado iniciou a semana com algumas novidades importantes. 

Ao mesmo tempo, o mercado de grãos em Chicago ainda exibe seu comportamento técnico, segundo explica o executivo, citando a cobertura de posições mais curtas por parte dos fundos. E esse movimento, como afirma North, se dá com a chegada de um suporte trazido pelo menor nervosismo observado no mercado financeiro internacional, com os investidores mais aptos ao risco neste momento. 

"A soja ameaçou assumir seu lado positivo nesta segunda. Vamos agora esperar por uma confirmação", completa.  

Para alguns analistas, porém, esse movimento positivo da soja ainda carrega alguma fragilidade, já que a volatilidade entre os principais produtos negociados é elevada, dada as incertezas que o futuro da economia mundial ainda carrega e os fundamentos específicos do mercado da soja já são conhecidos e já foram intensamente absorvidos e precificados pelos analistas. 

Na China, por exemplo, a primeira sessão do financeiro na semana foi expressivamente positiva, com altas de 2% entre as ações, que fecharam a sessão desta segunda-feira com altas de mais de 2%, registrando suas máximas em quatro semanas. "Os investidores comemoraram a decisão de Pequim de substituir o chefe do principal regulador de valores mobiliários e sinalizar que o governo está aumentando seus esforços de estímulos econômicos", informou a agência de notícias Reuters.

Ao mesmo tempo, os investidores acompanharam ainda uma boa alta dos preços do petóleo, que chegaram a subir mais de 5% ao longo do dia, superando os US$ 33,00 por barril, e o avanço foi mais um fator positivo para os ganhos registrados pelos futuros da soja na Bolsa de Chicago.  

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas