No Paraná, o mês de abril de 2016 é considerado o mais quente desde 1973, mas esse status vai durar pouco. Isso porque os meteorologistas já confirmam a chegada de uma forte frente fria que vai derrubar as temperaturas em praticamente todo o Estado. A queda brusca nos termômetros também será acompanhada da ocorrência da temida geada nas regiões mais altas, especialmente no sudoeste paranaense e áreas mais próximas à divisa de Santa Catarina.
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“Vamos registrar temperaturas muito baixas a partir de quinta-feira (28), chegando a abaixo de zero em algumas regiões. Teremos geada em regiões como Cascavel e Medianeira, por exemplo”, afirma o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Renato Lazinski. A preocupação dos produtores rurais é com o milho safrinha que está em campo e já sofreu grandes impactos devido o tempo seco e quente das últimas semanas. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), até semana passada 25% do cereal estava em desenvolvimento vegetativo, 31% em floração e 43% em frutificação. “O impacto sobre o desenvolvimento das plantas vai depender da intensidade da geada e do estágio da lavoura, mas existe potencial de perda”, explica o analista do Deral, Edmar Gervásio.
As geadas serão localizadas e, na opinião do meteorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos, devem causar mais impacto sobre os milhos que já estão mais “debilitados” pelo estresse hídrico registrado em abril. “Além do frio também tem o vento gelado. Eu acredito que o impacto não será tão grande, mas o cereal que já sofreu com a seca e o calor podem sofrer mais. Se chover até quarta-feira (27) os danos serão menores porque a umidade ameniza o impacto do frio”, explica o meteorologista.
Segundo Gervásio, uma nova estimativa de safra só será divulgada na próxima quinta-feira (28), mas os números para a safrinha de milho já devem apresentar redução no volume total estimado em 12,6 milhões de toneladas. “Ainda é cedo para estimar o percentual de perdas, mas com certeza haverá diminuição”, reitera.
A frente fria que atingiu o Estado no início da semana trouxe chuva e certo alívio para os produtores que, em algumas regiões, já estavam registrando um veranico há mais de 20 dias. “As chuvas não são generalizadas, mas podem segurar um pouco os prejuízos. Infelizmente as perdas causadas pelo calor excessivo e a falta de chuva são irreversíveis”, afirma Santos.