A falta de milho para produção de ração para frangos tem causado inúmeros prejuízos para as granjas do Paraná. Em alguns locais, dezenas de aves morreram de fome. Os produtores afirmam que, a longo prazo, o aumento no custo da produção deve ser repassado aos consumidores.
As granjas do estado estão sofrendo com a falta de milho na região – que é a matéria prima da ração dos animais. Os agricultores que produzem milho aproveitaram uma oferta de câmbio e exportaram o produto, prejudicando o abastecimento interno, segundo a Associação Paranaense de Avicultura. Em alguns locais, dezenas de aves já morreram de fome. Em outros, a produção teve que ser reduzida. É o que explica Claudio Casagrande, presidente da Associação.
Os produtores de frango estão buscando milho em outros estados, como Goiás ou Mato Grosso, ou então importando os grãos, de países como Argentina e Paraguai. Em apenas cinco meses de 2016, o Brasil já importou mais milho do que em todo o ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior. Tudo isso aumenta o custo da produção. A conseqüência, a longo prazo, deve ser um aumento no preço final de ovos e carnes.
Para não deixar os animais morrerem de fome, Claudio Casagrande disse que os produtores estão buscando alternativas, como alimentá-los com farelos de trigo ou levar para o abate com peso abaixo do normal.
Segundo a Secretaria da Agricultura e Abastecimento, no primeiro quadrimestre de 2016, o Paraná exportou 1,2 milhões de toneladas de milho, o que representa um aumento de quase 100% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já o Brasil exportou mais de 12 milhões de toneladas, uma alta de 138%. A previsão é de superar as 29 milhões de toneladas exportadas pelo país em 2015.
Com este cenário de exportações em alta, o Departamento de Economia Rural reconhece a existência de uma escassez de milho no Paraná e no Brasil. Segundo o Deral, a disponibilidade de milho no estado em 2016 deve ser reduzida em mais de 4%, o que significa uma diminuição de 663 mil toneladas. Isso traz impactos, segundo o departamento, em toda a cadeia produtiva de aves e suínos.