Nesta terça-feira (7), o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, encaminhou um ofício ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e aos deputados paranaenses membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) solicitando que seja feito um esforço junto ao Banco Central (BC) a fim de atender as reivindicações dos técnicos que realizam as perícias do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que estão em greve desde o último dia 1º de julho reivindicando melhores condições de trabalho.
Segundo a Associação Paranaense de Planejamento Agropecuário (Apepa), entidade que representa as empresas e profissionais do setor, a paralização decorre da falta de reajuste no preço pago aos peritos, que não estaria remunerando sequer os custos destes profissionais. Atualmente o valor pago pelo BC aos profissionais por uma perícia é de R$ 230,00, o valor não é reajustado desde 2012. Segundo o presidente da Apepa, Daniel Galafassi, o valor pleiteado pela categoria é de R$ 680,00 por perícia.
A paralização dos peritos é extremamente danosa ao setor agropecuário, uma vez que os produtores ficam impossibilitados de fazer a colheita, pois correm o risco de não receber as indenizações do Proagro, caso sejam devidas. Essa situação traz o risco de comprometer a qualidade dos grãos, que ficam no campo, atrasa o calendário agrícola e prejudica a comercialização. Dessa forma, os produtores que já tiveram perdas por conta do clima terão seus prejuízos agravados.
Segundo Galafassi, a categoria decidiu pela paralisação no último dia 31 de maio, quando foi feita uma reunião em Cascavel com peritos de todas as regiões do Estado. “A tabela do Banco Central tem um preço mínimo e um preço máximo, que varia de acordo com a faixa de valor financiado. Mas aqui no Paraná só pagam o mínimo”, afirma.
Segundo ele, as perícias que foram iniciadas antes da paralisação serão conduzidas até o fim, mas novos processos não serão abertos até que a situação seja resolvida. “Você tem que se deslocar até a propriedade no seu carro, fazer fotos, medir a área com GPS, fazer análise da lavoura, encaminhar o laudo para o banco, depois volta na hora da colheita e faz a análise de produtividade. O valor pago não é compatível nem com o tempo e com os gastos, nem com a responsabilidade, pois é o perito que assina o laudo técnico”, argumenta.
Essa não é a primeira vez que a categoria interrompe as atividades para protestar contra os valores pagos pelas perícias. Segundo Galafassi, em 2008 houve uma paralisação pelo mesmo motivo. “A situação era ainda pior, pagavam R$ 90,00 por perícia, depois aumentaram para R$ 190,00”, conta. Dessa vez o BC pediu um prazo até o dia 30 de junho para definir esta situação.