A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná divulgou nesta sexta-feira o relatório mensal do Deral, o Departamento de Economia Rural. O Deral aponta prejuízos de 12% nas lavouras de milho em relação à produção estimada no início da safra. O grão sofreu com a estiagem de abril e maio, especialmente na Região Norte do Estado, e neste mês foi atingido por geadas severas. As perdas nas lavouras de milho no Paraná, segundo maior produtor do País, ocorrem em um quadro de escassez do grão. Segundo o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, o percentual de perdas pode ser ainda maior no decorrer da colheita, quando serão efetivamente avaliados os impactos da geada.
O Deral também divulgou os números das outras lavouras de inverno: segunda safra de soja, de feijão e trigo, além de mandioca e fumo. A produção estimada de grãos de inverno é de 3 milhões e 900 mil toneladas. Os números atualizados da safra de soja confirmam uma redução de 9% na produção, devido ao excesso de chuva. A safrinha de soja, chamada de segunda safra, já terminou, com uma área plantada 13% maior que no ano passado, mas a produção é 4% menor, pelos problemas climáticos. Conforme determinação da Adapar, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, o período para semeadura da soja é entre 16 de setembro e 31 de dezembro, como forma de prevenção à ferrugem asiática. As lavouras da safra de feijão também registraram perdas de 19% devido ao clima. Francisco Carlos Simioni, afirma que a perda foi de 14% na primeira safra, de 23% na segunda safra e no feijão de inverno, menor volume das três safras, já registram perdas em torno de 60%.
O plantio de feijão ocorre em todos os estados brasileiros, mas o Paraná é o responsável por 24% da produção nacional, somando as três safras. Segundo o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, enquanto algumas culturas sofrem com o clima, o trigo está sendo beneficiado pelas baixas temperaturas. Ele afirma que a estimativa de plantio é de 1 milhão e 130 mil hectares, menor do que a safra passada, devido à competição com outras culturas que estão remunerando melhor o produtor, como o milho e a soja.
Depois de um ano de preços abaixo do custo de produção, os produtores de mandioca do Paraná começam a ficar mais otimistas. A previsão de produção é de 3 milhões e 700 mil toneladas. Já as lavouras de fumo tiveram uma boa safra no Estado em termos de qualidade, embora tenha ocorrido uma quebra de 15% em relação à produção. Em algumas áreas o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco está estimulando, em parceria com o Governo do Estado, o plantio de feijão e milho após a colheita do fumo. Isso tem dado um bom resultado, porque há uma redução no custo de produção dos grãos, com o aproveitamento residual dos fertilizantes aplicados no fumo.