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Paraná deve colher 35,9 milhões de toneladas de grãos na safra 2015/2016

03/08/2016 22:45
Segundo o relatório do DERAL, houve redução na produção de milho, soja e feijão por conta do clima, que influenciou na queda de produtividade e perda da qualidade dos grãos

 

A produção de grãos no Paraná do ano agrícola 2015/2016 caminha para o seu final, com a expectativa de colheita de 35,9 milhões de toneladas nas três safras (de verão, outono/inverno e inverno). O volume é 6% menor que o anterior (2014/2015), que rendeu 38 milhões de toneladas. “Este ano a safra foi atingida por vários eventos climáticos negativos desde a primavera do ano passado até o inverno deste ano”, informou o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

 

No relatório de acompanhamento de safra do Deral, relativo ao mês de julho, o destaque é a finalização das lavouras de segunda safra de milho e de trigo. Segundo o relatório, houve redução na produção de milho, soja e feijão por conta do clima, que influenciou na queda de produtividade e perda da qualidade dos grãos.

 

O secretário paranaense de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembra que os produtores enfrentaram todas as variações possíveis de clima. “Desde a primavera de 2015, quando iniciou o plantio da safra, e o inverno que estamos atravessando neste momento, com chuvas no verão, calor e seca entre março e abril deste ano. E agora um frio intenso no início do inverno com cerca de seis geadas consecutivas que acabaram prejudicando especialmente a produção de milho segunda safra”, afirmou.

 

O diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, observa que as variações constantes do clima contribuíram para reduzir a produtividade e a qualidade dos grãos, mas também contribuíram para a elevação dos preços dos principais produtos cultivados no Estado. “Esse fator não foi bom para os consumidores, mas está dando condições para os produtores se manterem capitalizados de maneira geral”, disse ele.

 

Soja

 

A colheita de soja no Paraná foi encerrada com um volume de 16,5 milhões de toneladas, cerca de 10% abaixo do potencial, que apontava para uma produção de 18,3 milhões de toneladas. Mesmo assim, a safra 2015/2016 é a segunda maior da história. Houve uma redução de 1,8 milhão de toneladas de soja.

 

Com a redução da oferta, os preços se mantêm elevados, em parte impulsionados pelo câmbio, ainda atrativo para exportação. No mês de julho, o preço pago pela soja ao produtor esteve em média cotado a R$ 77,25 a saca com 60 quilos, valor 26% superior à média de comercialização no mesmo mês do ano passado, quando a saca foi vendida pelo produtor por R$ 61, em media.

 

O ritmo de exportações de soja do Paraná está mais acelerado este ano. De janeiro a junho, o Estado exportou 6,1 milhões de toneladas do grão, volume 35% maior que no mesmo período do ano passado quando foram exportadas 4,5 milhões de toneladas.

 

A segunda safra de soja, que foi a última plantada no período da entressafra, também apresentou quebra de 8% em relação ao potencial de produção que previa um volume de 351 mil toneladas. Após os eventos climáticos, a safra rendeu um volume de 323 mil toneladas, mesmo assim 6% maior que o colhido no ano passado que foi 304 mil toneladas.

 

Milho

 

A segunda safra paranaense de milho está com mais de dois terços da área cultivada (2,2 milhões de hectares) já colhidos. Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, a safra tinha um potencial de produção de 12,9 milhões de toneladas, mas a colheita deve se encerrar com um volume ao redor de 11,3 milhões de toneladas, uma redução de 13% em relação à estimativa inicial.

 

O milho no Paraná foi muito afetado por uma sequência de eventos climáticos negativos que incidiram sobre o atraso no plantio, seguido de um período de excesso de calor no mês de abril deste ano. Depois, vieram várias ocorrências de geadas, que influenciaram na perda de qualidade do grão.

 

De acordo com Garrido, a perda do milho na quantidade foi influenciada pelo excesso de calor em abril e a perda de qualidade foi provocada pela sucessão de geadas. Esse quadro fez a comercialização do grão se manter sustentada em pleno período de colheita, diz ele.

 

Garrido afirmou que, como o quadro é de escassez de oferta de milho no país, a tendência é que os preços se mantenham elevados no período de entressafra até a colheita da próxima safra (de verão) que vai acontecer a partir de fevereiro do ano que vem. No mês de julho, o milho foi comercializado pelo produtor, em média, por R$ 34,69 a saca com 60 quilos, um aumento de 67,26% no ano. No mesmo mês do ano passado a saca de milho era vendida pelo produtor por R$ 20,74 a saca.

 

O diretor Francisco Simioni ressalta que o quadro de menor oferta é preocupante, principalmente para manutenção dos custos de produção das cadeias de produção de aves, suínos e bovinos de leite, que dependem do milho como principal insumo para a ração animal. Ele acredita que a elevação dos preços do milho, em especial no período de entressafra, poderá contribuir para novos aumentos nos preços na produção de alimentos oriundos dessas cadeias produtivas.

 

Ele afirmou que há uma pressão de compra por parte de empresas integradoras e fabricantes de rações para formação de estoques de milho. “Há incerteza sobre como vai se comportar o mercado lá na frente, sendo esse um fator de sustentação de preços. Com a escassez, o milho virou um produto disputado e valioso”, acrescentou.

 

Trigo

 

Segundo o Deral, o trigo, um dos últimos produtos da safra de grãos do Paraná a permanecer em campo até o final do ano agrícola, encontra-se 100% plantado, com uma área ocupada de 1,1 milhão de hectares. Até agora, a safra está com bom desenvolvimento e deverá ser 19% menor do que no ano passado, quando foram plantados 1,34 milhão de hectares.

 

Apesar da redução de área, o Deral prevê uma produção maior este ano, de 3,35 milhões de toneladas, 2% a mais que no ano passado, quando foram colhidos 3,28 milhões de toneladas de trigo. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, a estimativa de produção de trigo no Paraná está mantida, “apesar de alguns sustos como seca em abril que atrasou o plantio”. Houve um período seco de quase um mês, que voltou à normalização com as chuvas. Mas depois houve a sequência de geadas que voltou a ameaçar, mas não ao ponto de refletir na produtividade esperada, salientou Godinho.

 

Feijão

 

O Paraná está concluindo a colheita da terceira safra de feijão plantada no Estado, que é pequena, mas que também apresentou quebra de produção como nas duas safras anteriores. No total, o Paraná está colhendo um volume de 595 mil toneladas entre as três safras plantadas no ano agrícola 2015/2016, que é 17% menor em relação ao volume colhido no ano anterior que somou 715 mil toneladas. Essa redução representa uma redução de 120 mil toneladas, que está fazendo falta no mercado, disse o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador.

 

Este ano, explicou Salvador, a redução na produção de feijão ocorreu em todo o país, o que motivou a explosão de preços no mercado, com efeitos devastadores sobe o consumidor que viu o preço do grão subir até a R$ 18,00 ou R$ 19,00 o quilo no varejo.

 

Ele cita os dados da Companhia Nacional de Alimentos (Conab), que estimou a safra brasileira de feijão em 2,7 milhões de toneladas, volume 16% menor que o ano anterior quando foram produzidas 3,2 milhões de toneladas. “Houve uma perda de 592 mil toneladas, que equivale a uma safra inteira do Paraná, que é o maior produtor do país”, comparou Salvador. Segundo ele, é como se o Paraná se retirasse do mercado durante um ano inteiro.

 

A produção de grãos no Paraná do ano agrícola 2015/2016 caminha para o seu final, com a expectativa de colheita de 35,9 milhões de toneladas nas três safras (de verão, outono/inverno e inverno). O volume é 6% menor que o anterior (2014/2015), que rendeu 38 milhões de toneladas. “Este ano a safra foi atingida por vários eventos climáticos negativos desde a primavera do ano passado até o inverno deste ano”, informou o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

No relatório de acompanhamento de safra do Deral, relativo ao mês de julho, o destaque é a finalização das lavouras de segunda safra de milho e de trigo. Segundo o relatório, houve redução na produção de milho, soja e feijão por conta do clima, que influenciou na queda de produtividade e perda da qualidade dos grãos.

O secretário paranaense de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembra que os produtores enfrentaram todas as variações possíveis de clima. “Desde a primavera de 2015, quando iniciou o plantio da safra, e o inverno que estamos atravessando neste momento, com chuvas no verão, calor e seca entre março e abril deste ano. E agora um frio intenso no início do inverno com cerca de seis geadas consecutivas que acabaram prejudicando especialmente a produção de milho segunda safra”, afirmou.

O diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, observa que as variações constantes do clima contribuíram para reduzir a produtividade e a qualidade dos grãos, mas também contribuíram para a elevação dos preços dos principais produtos cultivados no Estado. “Esse fator não foi bom para os consumidores, mas está dando condições para os produtores se manterem capitalizados de maneira geral”, disse ele.

Soja

A colheita de soja no Paraná foi encerrada com um volume de 16,5 milhões de toneladas, cerca de 10% abaixo do potencial, que apontava para uma produção de 18,3 milhões de toneladas. Mesmo assim, a safra 2015/2016 é a segunda maior da história. Houve uma redução de 1,8 milhão de toneladas de soja.

Com a redução da oferta, os preços se mantêm elevados, em parte impulsionados pelo câmbio, ainda atrativo para exportação. No mês de julho, o preço pago pela soja ao produtor esteve em média cotado a R$ 77,25 a saca com 60 quilos, valor 26% superior à média de comercialização no mesmo mês do ano passado, quando a saca foi vendida pelo produtor por R$ 61, em media.

O ritmo de exportações de soja do Paraná está mais acelerado este ano. De janeiro a junho, o Estado exportou 6,1 milhões de toneladas do grão, volume 35% maior que no mesmo período do ano passado quando foram exportadas 4,5 milhões de toneladas.

A segunda safra de soja, que foi a última plantada no período da entressafra, também apresentou quebra de 8% em relação ao potencial de produção que previa um volume de 351 mil toneladas. Após os eventos climáticos, a safra rendeu um volume de 323 mil toneladas, mesmo assim 6% maior que o colhido no ano passado que foi 304 mil toneladas.

Milho

A segunda safra paranaense de milho está com mais de dois terços da área cultivada (2,2 milhões de hectares) já colhidos. Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, a safra tinha um potencial de produção de 12,9 milhões de toneladas, mas a colheita deve se encerrar com um volume ao redor de 11,3 milhões de toneladas, uma redução de 13% em relação à estimativa inicial.

O milho no Paraná foi muito afetado por uma sequência de eventos climáticos negativos que incidiram sobre o atraso no plantio, seguido de um período de excesso de calor no mês de abril deste ano. Depois, vieram várias ocorrências de geadas, que influenciaram na perda de qualidade do grão.

De acordo com Garrido, a perda do milho na quantidade foi influenciada pelo excesso de calor em abril e a perda de qualidade foi provocada pela sucessão de geadas. Esse quadro fez a comercialização do grão se manter sustentada em pleno período de colheita, diz ele.

Garrido afirmou que, como o quadro é de escassez de oferta de milho no país, a tendência é que os preços se mantenham elevados no período de entressafra até a colheita da próxima safra (de verão) que vai acontecer a partir de fevereiro do ano que vem. No mês de julho, o milho foi comercializado pelo produtor, em média, por R$ 34,69 a saca com 60 quilos, um aumento de 67,26% no ano. No mesmo mês do ano passado a saca de milho era vendida pelo produtor por R$ 20,74 a saca.

O diretor Francisco Simioni ressalta que o quadro de menor oferta é preocupante, principalmente para manutenção dos custos de produção das cadeias de produção de aves, suínos e bovinos de leite, que dependem do milho como principal insumo para a ração animal. Ele acredita que a elevação dos preços do milho, em especial no período de entressafra, poderá contribuir para novos aumentos nos preços na produção de alimentos oriundos dessas cadeias produtivas.

Ele afirmou que há uma pressão de compra por parte de empresas integradoras e fabricantes de rações para formação de estoques de milho. “Há incerteza sobre como vai se comportar o mercado lá na frente, sendo esse um fator de sustentação de preços. Com a escassez, o milho virou um produto disputado e valioso”, acrescentou.

Trigo

Segundo o Deral, o trigo, um dos últimos produtos da safra de grãos do Paraná a permanecer em campo até o final do ano agrícola, encontra-se 100% plantado, com uma área ocupada de 1,1 milhão de hectares. Até agora, a safra está com bom desenvolvimento e deverá ser 19% menor do que no ano passado, quando foram plantados 1,34 milhão de hectares.

Apesar da redução de área, o Deral prevê uma produção maior este ano, de 3,35 milhões de toneladas, 2% a mais que no ano passado, quando foram colhidos 3,28 milhões de toneladas de trigo. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, a estimativa de produção de trigo no Paraná está mantida, “apesar de alguns sustos como seca em abril que atrasou o plantio”. Houve um período seco de quase um mês, que voltou à normalização com as chuvas. Mas depois houve a sequência de geadas que voltou a ameaçar, mas não ao ponto de refletir na produtividade esperada, salientou Godinho.

Feijão

O Paraná está concluindo a colheita da terceira safra de feijão plantada no Estado, que é pequena, mas que também apresentou quebra de produção como nas duas safras anteriores. No total, o Paraná está colhendo um volume de 595 mil toneladas entre as três safras plantadas no ano agrícola 2015/2016, que é 17% menor em relação ao volume colhido no ano anterior que somou 715 mil toneladas. Essa redução representa uma redução de 120 mil toneladas, que está fazendo falta no mercado, disse o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador.

Este ano, explicou Salvador, a redução na produção de feijão ocorreu em todo o país, o que motivou a explosão de preços no mercado, com efeitos devastadores sobe o consumidor que viu o preço do grão subir até a R$ 18,00 ou R$ 19,00 o quilo no varejo.

Ele cita os dados da Companhia Nacional de Alimentos (Conab), que estimou a safra brasileira de feijão em 2,7 milhões de toneladas, volume 16% menor que o ano anterior quando foram produzidas 3,2 milhões de toneladas. “Houve uma perda de 592 mil toneladas, que equivale a uma safra inteira do Paraná, que é o maior produtor do país”, comparou Salvador. Segundo ele, é como se o Paraná se retirasse do mercado durante um ano inteiro.

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