Teve início na manhã desta segunda-feira (08/08), no Hotel Victoria, em Curitiba, o Fórum Nacional de Seguro Rural. O evento, que reúne cerca de 200 participantes, tem o objetivo de discutir modelos para o seguro rural que possam responder às necessidades dos produtores brasileiros, aumentando à adesão e ampliando a proteção aos empreendimentos do campo. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, fez a abertura do Fórum e ressaltou a importância da mobilização das entidades representativas e do setor agropecuário. “A agropecuária tem credibilidade e vamos trabalhar para construir uma política de seguro rural adequada ao país. É uma ferramenta que consideramos extremamente importante para o desenvolvimento do setor e do país”, afirmou. Participaram da abertura do evento os presidentes do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, e do Sistema Faep, Agide Meneguette, e o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, além do gerente técnico do Sistema OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras – Paulo Cesar Dias do Nascimento Júnior. Também presentes no Fórum especialistas e técnicos de cooperativas, seguradoras, resseguradoras, e representantes de produtores e cooperativas, governo federal e governo estadual de São Paulo e Paraná.
Desenvolvimento - Na opinião do presidente do Sistema Faep, Agide Meneguette, o seguro rural precisa avançar e o Fórum é um passo importante para o seu aperfeiçoamento. “A agropecuária tem sido fundamental para o equilíbrio da balança comercial do país, conquistando a cada ano saldos positivos, o que é motivo suficiente para o interesse do governo em apoiar as atividades do setor”, disse. “O seguro rural é, junto com o crédito, com a pesquisa e a infraestrutura, uma ferramenta necessária para o desenvolvimento econômico do nosso país, e por isso decidimos fazer essa reunião nacional com toda a cadeia produtiva do setor”, explicou. Segundo o dirigente, a agricultura é uma atividade de alto risco e o produtor “não pode ficar à mercê das chuvas excessivas e secas catastróficas sem que tenha um suporte na ocorrência de sinistros. Acidentes climáticos e de mercado acabam sempre em longas e desgastantes negociações para a solução de dívidas agrícolas, em que todos saem perdendo. Se o seguro rural fosse disseminado e houvesse um fundo de catástrofe esse problema seria amenizado”, ressaltou.
Alternativas - Para o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o fórum é um evento fundamental para a discussão de alternativas para o seguro, que diluam os riscos no campo e ampliem sua utilização. “O seguro rural é um instrumento para que os produtores possam usar com tranquilidade a melhor tecnologia de produção, evitando dívidas futuras. Porque as perdas, ano após ano, vão se acumulando e podem se tornar grandes dívidas. E, se tivermos esse amparo do seguro, por meio de um modelo adequado e profissional, podemos reduzir esse risco e evitar essa situação de endividamento de agricultores”, afirmou. O dirigente ressaltou a disposição do Mapa e do ministro Blairo Maggi em avançar nas discussões com o setor produtivo no sentido de desenvolver alternativas para o seguro, com a formação de uma comissão nacional para debater o tema. “É uma questão essencial para a estratégia de desenvolvimento da agropecuária brasileira”, disse.
Desafio - Segundo o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, o Brasil tem muito a avançar na questão do seguro rural. “Competidores globais, como Estados Unidos e Europa, têm mais de 60% de seus cultivos cobertos pelos mecanismos de seguro rural. Temos um desafio grande a superar. A união de forças nesse Fórum é importante para que possamos debater alternativas para que o seguro realmente deslanche e tenha a adesão do produtor, para a proteção de seu empreendimento no campo”, afirmou. A programação do Fórum se estende até o fim do dia, com palestras de professores e especialistas em seguro, com debates e participação do público.
Iniciativa - O evento é uma iniciativa do Sistema Faep, FenSeg, CNA e Sistema Ocepar, que conta com o apoio do Banco Mundial, Organização da Cooperativas Brasileiras (OCB), Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab-PR), Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap/Banagro) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.