O faturamento da agropecuária é de R$ 523,62 bilhões em 2016. As lavouras tiveram um valor bruto da produção de R$ 340,6 bilhões, e a pecuária, R$ 183 bilhões. Na série iniciada em 1990, o resultado do Valor Bruto da Produção (VBP) de 2016 é o segundo maior, ficando atrás apenas do ano passado, quando chegou a R$ 533,1 bilhões.
O número, referente ao mês de novembro, foi divulgado nesta quarta-feira (14) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “A seca é a principal variável, afetando o valor deste ano”, assinala o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Garcia Gasques.
O melhor desempenho neste ano é apresentado pela banana, com aumento real de 48,2%. Depois, aparecem o feijão (25,6%), o trigo (25,5%), a batata-inglesa (24,9%), o café (15,9%), a maçã (12,6%) e a soja (1,2%). Na pecuária, destacam-se pelo bom resultado a carne de frango, que teve aumento de valor de 3,4%, e ovos, 3%.
Os produtos que mais tiveram perdas de valor foram o tomate (-49%), mamona, (-41,4%), fumo (- 29%), cacau (-14,5%) uva (-14,2%) amendoim (-13,4%), algodão (-12%), arroz (11,8%), laranja (-11,4%), cebola (-9,2%), mandioca (-7,2%) e milho (- 5,5%).
Na pecuária, as quedas ocorreram em carne suína (-11,6%), bovina (-4,7%) e leite (-8,1%). Apesar de 2016 ter sido bastante afetado por problemas climáticos, os preços agrícolas recebidos pelos agricultores foram para a maioria dos produtos pesquisados mais elevados do que no ano passado. Isso evitou que houvesse redução maior do valor da produção do ano. Os resultados regionais mostram tendência ocorrida durante o ano, em que o Sul e Centro-Oeste lideram o faturamento da agropecuária no país, com R$ 154,9 bilhões e R$ 143,9 bilhões, respectivamente.
A seguir, Sudeste, R$ 142,9 bilhões, Nordeste, R$ 43,2 bilhões e Norte, R$ 31,4 bilhões. Prognóstico para 2017 “Parece que 2017 será melhor do que este ano”, avalia Gasques. Os resultados de produção divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam safras mais elevadas para o próximo ano. O aumento deve ocorrer especialmente pelos ganhos de produtividade, que estarão em torno de 13%, ressalta o coordenador.
O valor da produção previsto com base nas informações preliminares é de R$ 552, 56 bilhões, 5,5% acima do valor deste ano. As lavouras devem representar R$ 365 bilhões, com destaque para a soja (R$ 118 bilhões) e a pecuária, R$ 187,5 bilhões. Ambas com aumento real expressivo em relação a 2016, conclui Gasques.