Nos últimos anos, os produtores rurais paranaenses têm mudado a forma, ou melhor, a origem da tomada crédito para o financiamento do pré-custeio da safra, investimento em maquinário e tecnologia e comercialização da produção. Entre 2013 e 2016, as principais cooperativas de crédito do Estado mais do que dobraram a liberação de recursos para financiamento, enquanto o sistema bancário tradicional teve crescimento modesto, na casa dos 10%, ou até mesmo redução nos contratos.
De acordo com dados fornecidos pelas próprias entidades, CrediAliança, Sicredi e Cresol registraram, considerando os valores de 2013 e 2016, crescimento de 107,8%, 112,8% e 113,7%, respectivamente. No mesmo período, o Banco do Brasil, principal financiador do agronegócio brasileiro, viu seus negócios com o meio rural aumentarem 14,1%. Já o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) amarga uma queda de 7,7%.
Essa mudança de comportamento no campo tem lastro em uma série de fatores, potencializados durante a crise econômica dos últimos anos, e que não tem data para terminar. Em diversos casos, por conta da alta inadimplência, os bancos têm exigido mais garantias, dificultando o acesso ao crédito. Na contramão, segundo o economista e sócio da Moneyplan Consultoria, Fernando Meibak, as cooperativas não estão restringindo a liberação do dinheiro por entender que o produtor também é dono da instituição, e prioriza o pagamento das parcelas do empréstimo.