A queda de 26% na cotação do trigo nos últimos 12 meses seria suficiente para afastar o produtor paranaense da cultura na próxima safra de inverno. Porém, de acordo com a previsão inicial da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a área do estado deve se manter praticamente a mesma da temporada passada, ou seja, 1,37 milhão de toneladas.
O motivo de o produtor continuar apostando no cereal do pão no inverno está no atraso registrado na semeadura da safra de verão de milho e soja. Por conta da estiagem registrada em várias regiões do Paraná, o término do plantio ocorreu 20 dias depois da previsão inicial, o que dificulta a implantação da safrinha de milho por conta da janela ideal. Assim, para minimizar adversidades climáticas, o cereal continua sendo a melhor opção.
Com a manutenção da área, a Seab prevê que o Paraná produza 4,1 milhões de toneladas de trigo, 300 mil toneladas a mais em relação à safra passada (3,8 milhões de toneladas).
Na região o plantio está apenas começando, pois as chuvas dos últimos dias têm atrapalhado o plantio do grão.
A expectativa é que seja plantada uma área em torno de 7 a 8 mil hectares, que se confirmada, deve empatar com a safra anterior.
Produto local
O triticultor da região de Laranjeiras do Sul tem uma vantagem em relação às outras regiões porque conta com a Coprossel, Cooperativa de Produtores de Sementes, que atua em todo o ciclo do trigo.
Produz a semente, dá assistência técnica ao produtor, compra o produto e faz a moagem, que resulta na farinha de trigo “Trigosel”, marca que vem ganhando mercado em todo o país.
O diretor administrativo da Coprossel, Pedro Stunder, salienta que a farinha produzida pela cooperativa é comparada com as melhores farinhas produzidas no país.
“Primamos pela qualidade, temos um laboratório que controla a pureza do produto, o trigo, ao passar pela unidade moageira, é transformado nos produtos farinha, farelo e gérmen, considerados matérias primas de produtos finais. A qualidade tecnológica da farinha de trigo Trigosel é o fator determinante nas características do produto final”, garante Stunder.
Controle de qualidade
A engenheira de alimentos, Simone Segunda, formada na UFFS de Laranjeiras do Sul e responsável pelo laboratório da Trigosel, explica que, para se obter uma farinha de qualidade é necessário que o grão tenha padrão, e para garantir um produto perfeito é realizada a análise de recepção do trigo e a partir disso tem todo um processo para garantir a pureza e a excelência da farinha.
Simone explica quais os tipos de farinha que se encontra no mercado.
“O grão de trigo é dividido em 3 partes: o farelo (parte externa, rica em fibras), o endosperma (camada intermediária, rica em proteínas) e o gérmen ( camada interna, rica em gorduras e vitaminas). A farinha branca é proveniente da moagem somente do endosperma do trigo. Possui um sabor mais fácil e contém maior quantidade de glúten, tornando o pão mais macio, este é o caso da farinha de trigo Trigosel, Para fazer pão, a farinha de trigo mais adequada é a do Tipo 1. Dentre as farinhas do Tipo 1, existem as de uso geral, para massas frescas, para confeitaria e para panificação”, esclarece.
Além disso, por determinação do governo, toda farinha comercializada no Brasil deve receber doses extras de ferro e de ácido fólico, que o consumidor vai encontrar na farinha de trigo Trigosel.