A produção de soja do Paraná está ameaçada em razão do calendário de plantio no Estado de Santa Catarina, que não atende às recomendações da Embrapa de reduzir ao máximo a janela de plantio para combater a ferrugem asiática. Apesar das recomendações técnicas, Santa Catarina insiste em estabelecer o limite de plantio até 10 de fevereiro, em desacordo com os demais estados. No Paraná, a semeadura vai até 31 de dezembro. O Estado possui uma fronteira seca de centenas de quilômetros e em ambos os lados se registram grandes lavouras de soja, facilmente contamináveis sem uma estratégia correta de combate ao fungo.
Por causa do perigo às lavouras paranaenses, a FAEP solicitou a intervenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para impor um calendário adequado aos produtores catarinenses.
“A única solução é o Ministério da Agricultura trazer para si a responsabilidade de fixar um calendário de semeadura, e de vazio sanitário, que atenda corretamente o combate à ferrugem em todo o país”, afirma Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR. Também o Paraguai – que faz fronteira com o Paraná – e o Mato Grosso do Sul precisam adotar medidas eficazes de combate à ferrugem, com uma calendarização compatível com a estabelecida para os estados brasileiros.
Circular
A Embrapa tem analisado os fungicidas utilizados no combate à ferrugem asiática e, em julho último, publicou a circular técnica nº 129 com os resultados de ensaios cooperativos da safra 2016/17 atestando a perda de eficiência dos principais ingredientes ativos disponíveis no mercado.