O vazio sanitário da soja, começou em meados de junho no Paraná e termina agora em 15 de setembro. Esta medida, busca proteger as lavouras, da doença denominada “ferrugem asiática”. Durante esse período, os produtores não podem cultivar o grão ou permitir a presença de plantas vivas de soja, em qualquer fase de desenvolvimento, na área de cultura, conforme determina a portaria 109/15 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Outros quatro estados brasileiros (São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia) também adotaram a medida, já que o fungo pode provocar perdas de até 100% da produção.
O engenheiro agrônomo da Cooperativa Coprossel, Paulo Pedral Sampaio Cunha, explicou que a medida retarda o aparecimento dos primeiros focos da ferrugem asiática na cultura de soja. “Manter o campo por 90 dias sem a presença de plantas, diminui o aparecimento precoce do fungo da doença, retardando o início das aplicações de defensivos químicos para o controle desta doença na cultura”, informou o engenheiro agrônomo.
A partir de 16 de setembro, os produtores já podem iniciar o plantio das lavouras, que segue até 31 de dezembro. Este período chama-se de calendarização do plantio. A calendarização é complementar ao vazio sanitário e busca evitar as aplicações sistemáticas e sucessivas de fungicidas para os focos mais tardios da doença.
“Os produtos disponíveis para o controle da doença vem perdendo eficiência ao longo do tempo. Estas medidas evitam a aplicação continuada de produtos e contribuem para que a soja permaneça como uma cultura importante no Estado e para a sobrevivência de toda a cadeia produtiva”, afirmou Cunha.
Medidas como o vazio sanitário e calendarização do plantio ajudam no aumento de produtividade e diminuição de aplicações de defensivos.
FISCALIZAÇÃO – O Estado adota o vazio sanitário da soja desde 2007. Após a criação da Adapar, em 2012, a portaria foi reeditada para incluir outros pontos que não estavam previstos nas legislações anteriores, como medidas para evitar a derrubada de grãos nas rodovias, para diminuir os focos de disseminação da doença, e a ampliação das ações de fiscalização.
O gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, Marcílio Martins Araújo, disse que além de fiscalizar as propriedades nesses 90 dias. A Adapar também busca conscientizar os produtores sobre a importância de manter as áreas de cultivo, soja extemporânea (conhecida como “soja guacho”). Antes de 15 de junho, os fiscais da agência notificam os agricultores ou responsáveis, para que estas as plantas sejam eliminadas. Dentro do período do vazio sanitário, os produtores que mantêm plantas vivas de soja em sua propriedade, são autuados e estas plantas eliminadas, por via mecânica ou química.