O Paraná inicia a temporada de verão 2017/18, a principal do Estado, com expectativa de colher 23,1 milhões de toneladas, 8% inferior ao obtido na safra 16/17 (25,3 milhões de toneladas), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab). A área de soja deverá aumentar, enquanto o milho diminui e a do feijão se manter. A estimativa inicial é feita com base na média histórica de produtividade. Na safra anterior, as principais culturas tiveram níveis de produtividade considerados excelentes, por conta do clima favorável, além da boa tecnologia utilizada pelos produtores paranaenses, o que permitiu um resultado acima das expectativas.
Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os produtores de soja estão tendo a oportunidade de realizar o plantio dentro de um calendário mais ajustado. O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aliado ao vazio sanitário estabelecido pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), permite que o plantio da oleaginosa inicie a partir do dia 11 de setembro, sem riscos climáticos. A medida beneficia principalmente os produtores da região Oeste, que terão uma janela de plantio da safrinha de milho maior, sem atropelos, considerando as condições climáticas favoráveis naquela região.
Soja
A soja deverá ter área ampliada em 3%, passando dos 5,2 milhões de hectares na safra anterior, para 5,4 milhões de hectares. Isso corresponde 91% da área plantada com grãos de verão. A produção esperada, em condições normais de clima, é de 19,5 milhões de toneladas – 2% menor em relação 2016/17. Segundo o economista do Deral, Marcelo Garrido, essa queda ocorre porque as condições de clima na safra anterior foram excepcionais e jogou a produtividade em patamar elevado.
Para Garrido, na safra que começa, a opção do produtor é plantar mais soja porque o grão ainda oferece bons preços em comparação às outras culturas. Desde agosto do ano passado, o preço da soja caiu de R$ 68,17 a saca para R$ 56,92, devido à grande oferta mundial e também por causa do real mais valorizado frente ao dólar. Mesmo assim, o preço do produto é mais atrativo que outras culturas de verão como o milho e o feijão, ressaltou o técnico.
Milho
O plantio de milho deverá ter forte retração, atingindo a menor safra da história nesse período do ano. A perda vai migrar para o plantio de soja. A área plantada deve recuar 33% em relação à safra anterior, caindo de 513.627 hectares para 344.520 hectares. Com isso, a produção será reduzida em 37% – passando de 4,9 milhões para 3 milhões de toneladas. Os produtores estão desanimados com os preços, que despencaram no mercado, em função do excesso de oferta no Brasil. Os preços caíram de R$ 35,00 a saca, em agosto do ano passado para R$ 18 a saca, queda de 49%.
Feijão
Mesmo com preços mais baixos no mercado, os produtores de feijão devem manter a área plantada no ano passado, em torno de 196 mil hectares. De acordo com Garrido, muitos produtores estão apostando no plantio precoce do feijão das águas, para dar tempo de plantar a soja mais tarde. A produção estimada pelo Deral na primeira safra de feijão é de 377.502 toneladas do grão, um aumento de 3% sobre a safra passada, cujo volume alcançou 368.189 toneladas. Os preços despencaram em 75% para o feijão de cor (de R$ 376 para R$ 92,36 entre agosto do ano passado e o mesmo mês deste ano). O preço do feijão preto caiu de R$ 210,21 a saca para R$ 112,35 a saca no mesmo período. Segundo Garrido, houve aumento de produção em todo o país e o mercado, como no caso do milho, está abastecido.