A SEAB divulgou, no último dia 28 de setembro, as estimativas atualizadas do trigo para a safra 2016/17 e da soja, milho e feijão para a safra 2017/18. Junto, a entidade atualizou o relatório de condição das lavouras.
Soja
A área plantada está estimada em 5,45 milhões de hectares e a produção em 19,51 milhões de toneladas. Nesta segunda estimativa temos 12.332 hectares a mais em relação ao mês anterior. Consequentemente a produção esperada também foi revisada para cima em 44.820 toneladas. O rendimento permanece estimado em 3.581 kg/ha.
A área plantada será superior à safra 2016/17, porém com produtividade e produção menores. O fim do vazio sanitário no Paraná liberou a semeadura desde o último dia 11 de setembro e pelo zoneamento do Ministério da Agricultura muitos municípios também já estão com a janela de semeadura aberta.
No entanto, a falta de chuvas tem impedido o avanço do plantio que atinge apenas 2% da área. Neste mesmo período do ano passado a área implantada já chegava a 14%. As chuvas que iniciaram na última quinta-feira (28) em praticamente todo o Paraná serão fundamentais para tirar parte deste atraso. Os modelos de previsão dos Centros Nacionais de Meteorologia do NOAA indicam chuvas pelas próximas duas semanas no Estado com volume acumulado variando de 90 a 175 mm (de 28/09 a 14/10) nas principais regiões produtoras.
A comercialização no mês de setembro chega a 73% contra 70% em relação ao mesmo período do mês anterior. A comercialização permanece atrasada em relação à safra passada quando 83% da soja já estava comercializada.
Milho
A área plantada está estimada em 343.490 hectares e a produção em 3,11 milhões de toneladas. Houve redução de 1.030 hectares em relação à primeira estimativa divulgada no mês anterior. A produção esperada também foi reduzida em 891 toneladas. O rendimento que em agosto foi projetado em 9.043 kg/ha agora é de 9.067 kg/ha. A área plantada será -33% inferior à safra 2016/17 e a produtividade -6%.
O plantio chegou esta semana a 16% da área contra 50% registrado no mesmo período do ano anterior e 37% na média dos últimos 5 anos. O milho também está com o plantio atrasado em função da estiagem prolongada, que também prejudica a germinação e o desenvolvimento inicial da cultura para aqueles que arriscaram plantar com solo seco.
A comercialização antecipada da safra é de apenas 1% contra 4% no mesmo período do ano anterior. Ainda há estoque de milho verão e safrinha da safra 2016/17. Somando as duas produções, há 8,72 milhões de toneladas da safra 2016/17 ainda por comercializar, o equivalente a 48% da produção total do Paraná que foi de 18,34 milhões de toneladas.
Após a forte queda desencadeada pela colheita da safrinha, os preços voltaram a subir em setembro. A alta foi provocada por dois fatores: o maior fluxo de exportações de milho e a maior demanda interna para ração animal. A demanda exportadora é efeito direto do real desvalorizado, que torna o produto brasileiro mais competitivo e a demanda interna é efeito indireto da seca que prejudicou as pastagens.
Trigo
A área plantada foi de 962.004 hectares e a produção deve totalizar 2,29 milhões de toneladas. Houve redução de 531 hectares em relação à estimativa de agosto e também redução de produtividade. Em agosto, a expectativa era de 2.713 kg/ha e agora em setembro o número foi revisto para 2.405 kg/ha. Se confirmada, a queda de produção em relação à safra anterior será de 34%.
A colheita chegou esta semana a 65% da área contra 2% registrado em agosto. Em outubro de 2016 a colheita abrangia 39% neste mesmo período. A comercialização da safra chegou a 23% neste mês contra 6% em agosto. A comercialização está adiantada em comparação com a safra anterior quando a venda chegava a apenas 14% neste mesmo período.
Feijão
A área plantada está estimada em 198.244 hectares e a produção em 383.204 toneladas. Nesta segunda estimativa a área plantada foi ampliada em 2.083 hectares em relação ao mês de agosto. Consequentemente a produção esperada também foi revisada para cima em 5.702 toneladas. O rendimento estimado foi revisto de 1.924 kg/ha para 1.933 kg/ha.
A produção será 4% superior à safra 2016/17, devido a um aumento de 2% na produtividade e também de 2% na área plantada. O plantio cobre apenas 20% da área até o momento frente os 41% no mesmo período do ano anterior. Além do atraso, a seca também está refletindo na qualidade das lavouras. De acordo com a Seab, 6% das lavouras estão em condições ruins, 46% em condições medianas e 48% em condições boas. No ano passado, 97% da área era classificada como boa e apenas 3% como média.
Confira a tabela com estimativa de área, produção, rendimento e preços médios recebidos pelos produtores paranaenses.