Produtores paranaenses que apostaram no milho na safra de verão podem comemorar: valor da commodity subiu quase 80% em menos de oito meses
O produtor paranaense que apostou no plantio de milho no ano passado para a safra de verão já pode comemorar. Os preços da commodity que estavam numa média de R$ 13 a saca, em julho de 2010, subiram quase 80% em menos de oito meses, chegando no seu auge em fevereiro passado, atingindo R$ 22,34. Para ajudar, as condições climáticas foram perfeitas para o grão - com chuvas abundantes - o que deve fazer com que a produtividade bata o recorde da safra passada, que girou em torno de 7,6 mil quilos por hectare.
Entretanto, dados do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab/Deral), apontam uma redução significativa na área de plantio do grão no Estado. A área que girava em torno de 896 mil hectares na safra 2009/2010 passou a 735 mil hectares, uma queda de 18%. 'É a menor área plantada desde a década de 1960.Isso aconteceu basicamente pelo ambiente de preços em meados do ano passado, que estavam muito baixos. A produção desta safra deve ficar em torno de 5,39 milhões de toneladas, ou um pouco acima disso. Uma queda de pelo menos 21% na produção', calcula Margorete Demarchi, engenheira agrônoma do Deral.
Outro fator que foi decisivo para que os produtores não plantassem milho verão foi a expectativa da seca trazida pelo fator La NiÀa, que acabou não acontecendo. O índice pluviométrico foi elevado, o que otimiza a produtividade consideravelmente. A média (de produtividade) girava em torno de cinco a seis mil quilos por hectare. Na safra passada, ficou acima de sete mil quilos por hectare e deve ser ultrapassada este ano. Quem apostou na cultura, vai acabar se dando bem, já que nada sinaliza queda de preço nos próximos meses', avalia Margorete. '32% da safra foi colhida. Está um pouco atrasada, isso devido ao excesso de chuvas e também porque os produtores que também plantam soja deram prioridade para a oleaginosa, que é um pouco mais vulnerável', complementa.
Dentre os fatores que justificam essa ascensão de produtividade está a utilização das sementes transgênicas (que hoje representam 70% da produção do Paraná), além do manejo e adubação de solo adequada. 'Os preços têm que estar bons, já que as sementes representam uma média de 45% do custo de produção do milho, contra 25% de tempos atrás. O maior impacto para a produção está nas sementes e adubação de cobertura', avalia Irineu Baptista, gerente técnico da cooperativa Integrada.
Pedro Chioga, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), salienta que para bons resultados com o milho é fundamental o plantio das cultivares corretas. 'Isso depois vai auxiliar no controle de pragas e doenças, principalmente a lagarta do cartucho. Não vai ser surpresa se atingirmos de 170 a 200 sacas por hectare, a evolução tecnológica é muito grande', finaliza o especialista.
Folha Web
Autor: Victor Lopes