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Grãos: Preços ainda resistem às turbulências no exterior

22/03/2011 08:03
Os resultados obtidos pelos agricultores no trecho percorrido pelo Valor no Rally da Safra decorrem da combinação entre altos preços e bons volumes de produção, apesar da perda de eficiência provocada por adversidades climáticas em algumas áreas. Em um cenário não tão comum, devido às sazonalidades naturais da atividade, os preços remuneradores mantiveram-se firmes desde o início do plantio de grãos, em setembro - o que incentivou uma semeadura com elevados níveis de tecnologia (insumos), até a colheita, que começou em janeiro no Brasil, por Mato Grosso. Cálculos do Valor Data apontam que, nos últimos 12 meses, os contratos futuros de segunda posição de entrega de soja e milho negociados na bolsa de Chicago acumulam valorizações de 41,62% e 79,9%, respectivamente, enquanto no caso do algodão, negociado em Nova York, a alta atinge 128,45% na mesma comparação. É verdade que as turbulências no Oriente Médio e no norte da África e a tragédia no Japão tiraram parte da sustentação desses mercados - as principais referência globais para as cotações desse produtos -, mas nem assim houve, até agora, quedas expressivas nos níveis de negociação. Neste mês, apesar dos tombos expressivos que se seguiram ao acidente japonês, algodão e milho apresentam variações negativas acumuladas, de 0,7% e 5,13%, respectivamente, enquanto a soja ainda aparece com ganho de 0,6%. Em 2011, apenas a soja registra baixa acumulada (2,14%), enquanto algodão e milho, graças a valorizações no segundo bimestre, sobem 38% e 8,96%. E muitos analistas também não veem muito espaço para novos aumentos consideráveis, uma vez que os importadores já começam a pensar duas vezes em pagar os atuais. No que depender exclusivamente do quadro global de oferta e demanda, André Debastiani, da Agroconsult, prevê que o apetite da China seguirá guiando as oscilações - o que também deverá acontecer no algodão. Conforme ele, o gigante asiático deverá importar 57,9 milhões de toneladas da oleaginosa na safra 2010/11 para atender a um consumo doméstico de 68,9 milhões. No mercado de milho, no qual a China também se faz presente, a sede americana para a ampliação da produção de etanol deverá cumprir o mesmo papel.