Conforme números do Imea, trabalhos estão mais de 5 pontos percentuais abaixo do observado em igual período do ano passado
Plantio atrasado, colheita atrasada. Esta afirmação se revela em números no Estado. No final da semana passada, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou o primeiro levantamento sobre os trabalhos de colheita do milho safrinha, em Mato Grosso. Conforme os dados, o ritmo de colheita se mostra aquém do observado em igual período do ano passado. Até o dia 9 deste mês, apenas 1% da área de mais de 1,7 milhão de hectares estava colhido. Em 10 de junho de 2010, as colheitadeiras já haviam passado por mais de 6% da área de uma safra que cobriu extensão 10% maior, 1,94 milhão de hectares.
O Imea divide o Estado em sete regiões (noroeste, norte, nordeste, médio norte, oeste, centro-sul e sudeste), apenas o sudeste não acionou as máquinas. Mesmo com percentuais de colheita abaixo do registrado em igual período do ano passado, a região médio norte – que detém 48% da produção – segue como a mais adiantada com 1,6% da área de 841,50 mil hectares colhida.
Conforme o Imea, "os produtores estão esperando o milho atingir a umidade ideal. Por enquanto as primeiras lavouras plantadas estão com umidade em torno de 18% e, portanto, levará mais uma semana para os grãos atingirem o ponto ideal para ser tirado do campo em maior volume". A safrinha mato-grossense que se desenvolveu cheia de incertezas vai aos poucos revelando números.
A quebra em relação à safra passada é certa e se revela no momento quase 20% inferior. Em Mato Grosso, o milho é cultivado em áreas inicialmente destinadas à soja, por isso o cereal é uma cultura de segunda safra. O atraso no plantio da soja, ocasionado pela estiagem prolongada entre agosto e outubro do ano passado, retardou o plantio da oleaginosa. Passada a seca, as chuvas de verão complicaram a colheita, o que também retardou o início do plantio do milho, levando muitos produtores a excederem a janela de plantio que se fechou em 28 de fevereiro. Avançar sobre março significa perder a temporada de chuvas, essencial ao desenvolvimento das lavouras. A janela é o período de melhor desenvolvimento à planta.
Diário de Cuiabá
Autor: Marianna Peres