Uso em pelo menos três etapas assegura qualidade e produtividade ao trigo
Para determinar a qualidade do trigo, o principal indicador utilizado é a quantidade de proteína presente nos grãos. Trigo com qualidade pão possui entre 10% e 15% de proteína. Para garantir esses níveis é fundamental a aplicação de nitrogênio durante o período de desenvolvimento da planta. O produto, que não gera aumento de custos exorbitantes, é capaz ainda acréscimo da produtividade na lavoura – evitando o abortamento de grãos, ou enchendo mais os grãos que ficaram na espiga após o abortamento.
Desde a introdução do trigo na agricultura brasileira, diversos desafios precisaram ser superados. A adaptação e desenvolvimento de cultivares, a determinação das áreas mais propícias para o plantio, a produtividade e hoje, principalmente, a qualidade do grão. Conforme o agrônomo e PhD em genética, André Cunha Rosa, da Biotrigo essa disputa pela produção de trigo de qualidade superior não deve terminar tão cedo no Brasil. "O que dá qualidade ao grão é proteína. De 85% a 90% dele é baseado em amido, os 10% a 15% restantes são de proteína que dão qualidade para o pão", explica o pesquisador.
A produtividade crescente das lavouras também aumenta a necessidade de nitrogênio para dar ao grão as características desejadas pela indústria. Rosa explica que na última safra a colheita alcançou volumes com os quais os produtores não estavam acostumados. Isso também demonstrou que as formas de condução da produção estão próximas do limite. "Se queremos produzir bastante vamos ter que colocar mais nitrogênio para que a porcentagem de proteína no grão não baixe muito e consigamos ter qualidade", alerta Rosa. Ele lembra também que os estudos sobre aplicações suplementares são realizados há anos.
Custo X Benefício
Os resultados dos estudos realizados pela Biotrigo mostram que na maioria dos anos a aplicação tem permitido um ganho de rendimento que pagam a aplicação com sobra de dinheiro. "De bônus o agricultor leva uma qualidade melhor. É importante salientar que ele dá um rendimento de grãos a mais e nitrogênio não tem nenhum custo absurdo", pontua. Ele aconselha ainda que pessoas que tenham silos próprios fiquem ainda mais atentos para esse cuidado. Já os produtores que enviam as produções a silos coletivos não é necessário usar a dosagem máxima recomendada, no entanto não devem aplicar menos do que o mínimo recomendado para garantir que o trigo terá qualidade suficiente. "Os silos têm muita dificuldade de separar, porque não tem métodos rápidos de análise, além de faltar estruturas para separar tudo", justifica.
Recomendação
Em resumo a aplicação deve ser 20 a 30 quilos de nitrogênio na base. No perfilhamento o produtor pode aplicar a quantidade tradicional. A suplementação deve ser feita com pelo menos mais uma aplicação de no mínimo um saco de uréia por hectare no pré-espigamento. Para encontrar informações mais precisas e também formas de calcular o volume de aplicação conforme a perspectiva de colheita, a Biotrigo disponibiliza um informativo aos produtores. Esse material pode ser encontrado no site www.biotrigo.com.br no link Biblioteca – Artigos Técnicos - Informativo Técnico Biotrigo nº 2. No documento estão disponíveis as especificações técnicas da aplicação e os momentos indicados.
O Nacional
Autor: Leonardo Andreoli/ON