Em 64 anos de atividade, o setor evoluiu em tecnologia de aplicações, segurança e proteção de pilotos
O Brasil ocupa hoje a sétima posição na economia mundial, e isso se deve em grande parte pelo crescimento constante da agricultura, com mais tecnologia e maior área plantada, e a aviação agrícola faz parte dessa tecnologia aplicada. "Seria impossível o Brasil atingir esse nível de produção agrícola sem a pulverização aérea, o tratamento de grandes áreas com rapidez e eficiência, principalmente no controle de doenças e pragas em diversas culturas, como a ferrugem asiática da soja", enfatiza o presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola – SINDAG, Nelson Antônio Paim.
Conforme informações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o mundo precisa aumentar em 20% a produção de alimentos para atender a demanda de crescimento da população até 2020, e o Brasil é o país que ampliara a produção em 40% no período. Portanto, observa Paim, fica evidente a necessidade de crescimento da frota de aeronaves agrícolas. "Seria necessário quase dobrar o número de aeronaves", diz.
O Brasil tem hoje a segunda maior força aérea agrícola no mundo, cerca de 980 aviões de propriedade de empresas e 240 de produtores. Conforme estimativa do Sindag com base na frota de aeronaves e informações da Anac, são cerca de 1.600 pilotos agrícolas habilitados. Em média, 60 profissionais são formados anualmente em quatro escolas: Aeroagrícola Santos Dumont, Cachoeira do Sul/RS, Aeroclube de Carazinho/RS, EJ Escola de Aviação Civil, Itápolis/SP e Aeroclube de Ponta Grossa/PR.
Em seus 64 anos de atividade em solo brasileiro, o setor evoluiu muito em tecnologia de aplicações, segurança e proteção de pilotos. Paim lembra que há 12 anos a aviação agrícola não operava com a Tecnologia DGPS. Hoje, 100% das aeronaves operam com sistema de Balizamento por Satélite, eliminando totalmente o balizamento humano, permitindo a impressão de mapas, controle de coordenadas geográficas e percurso percorrido pela
aeronave. Houve um avanço também na legislação dos órgãos fiscalizadores. Hoje todo operador aeroagrícola, seja empresa ou produtor rural, é obrigatório possuir e utilizar pátios modernos de descontaminação das aeronaves e equipamentos, com sistema de ozônio que retira 95% dos resíduos químicos utilizados. A legislação da ANAC também foi reformulada para a atividade, com a atualização da legislação aérea, sendo incluído nela o COA – Certificado de Operador Aeroagrícola. Assim, todas as empresas estão sendo vistoriadas e certificadas pela agencia. "Até 2016, 100% das empresas estarão certificadas", afirma Paim. Foi incluído ainda o MGSO – Manual de Gerenciamento de Segurança Operacional, que traz métodos de segurança para os pilotos e equipes envolvidas nas operações, protegendo principalmente os pilotos.
As novas tecnologias de aplicação vêm trazendo um crescimento no uso do avião em relação aos equipamentos terrestres. Além da questão relacionada ao aumento de produtividade, os empresários aeroagrícolas estão voltando suas atenções para outros nichos, como o setor de combate a incêndios florestais. Largamente utilizado em muitos países, como Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália, a técnica começou a ser empregada no Brasil em meados de 2003. O serviço tem despertado nos empresários o interesse em aeronaves com maior capacidade de carga. "Esse mercado vem crescendo todos os anos, porém ainda em passos curtos", avalia Paim. Muitos estados vêm contratando o serviço. Contudo, o processo é lento e burocrático. Mas, segundo Paim, no momento em que houver maior agilidade nas contratações, haverá um crescimento rápido da atividade.
O Sindag pretende atuar forte na divulgação das vantagens da contratação de empresas aeroagrícolas em operações de combate a incêndios florestais. A decisão foi tomada na penúltima semana de julho, em uma reunião corrida na sede do Sindicato, em Porto Alegre, com associadas que já prestam esse tipo de serviço.
Eleito no início de maio, Paim propõe entre seus projetos, trabalhar na divulgação da aviação agrícola junto a população, órgãos fiscalizadores e entidades de ensino. "Tenho projetos para ingressar nas faculdades de agronomia, com objetivo de capacitar os futuros profissionais. Vou prosseguir com os projetos de pesquisas da pulverização aérea. Trabalhar na conscientização dos operadores. É preciso manter um elo de segurança operacional para a atividade, porque é impossível imaginar o crescimento da produção de alimentos sem o uso das aeronaves agrícolas".
Nesta sexta-feira (19-08), comemoramos o Dia da Aviação Agrícola e o portal Agrolink parabeniza todos os profissionais que fazem parte desse setor, que contribui de forma vital para o sucesso da agricultura.
"Nesse dia, parabenizo todos os operadores, pilotos e usuários da aviação agrícola,lembrando que a nossa atividade tem contribuído muito para a produção de alimentos do Brasil e do mundo. Que o setor sempre continue investindo em tecnologia, segurança operacional, seguindo a legislação rígida da atividade".
Nelson Antônio Paim - Presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação
Agrícola (Sindag)
Agrolink
Autor: Janice Gutjahr