Conversas de boas produtividades gaúchas e o mercado mundial de trigo brando disputado acirradamente parecem ter ligado o sinal de alerta na Conab. Foram divulgados os preços dos leilões ontem com surpresas para a oferta gaúcha.
A Conab oferta nesta quarta-feira 24/08, 157,925 mil toneladas na soma dos três editais 330, 331 e 332/11. Retomando o volume rotineiro de mais de 100 mil toneladas dos primeiros eventos. Muitos dos lotes são de re-ofertas tanto em Mato Grosso do Sul, quanto em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Separando a oferta em estados, temos 4,3 mil toneladas em Mato Grosso do Sul, 16,4 mil toneladas no Paraná, Rio Grande do Sul apresenta a maior oferta já vista com 123 mil toneladas e finalmente São Paulo com 14 mil toneladas.
Destaca-se aqui a oferta gaúcha que responde neste evento por 78% dos lotes disponíveis. Podemos notar um padrão de tentativa de escoamento de produto contido em armazéns de terceiros (a oferta se restringe a armazéns de cerealistas e cooperativas nos lotes daquele estado), reforçando a idéia de que em mãos do governo há uma reserva de pouco mais de 800 mil toneladas o suficiente para abastecimento de trigo por um mês, trazida no último informe do órgão estatal.
Com relação aos preços, destaca-se uma surpresa nos lotes do segundo maior estado tritícola nacional, com a divisão de preços de lotes de trigo pão tipo 1 da safra 2008 e da safra 2009, resultando agora em pedidas de R$ 432,00/ton para os lotes mais antigos e os mesmos R$ 480/ton para os mais recentes. Para os demais estados pratica-se os mesmos valores pedidos em eventos anteriores, ou seja, R$ 480 para o trigo pão tipo 1 do Paraná. R$ 513/ton para o trigo pão tipo 1 paulista. Para o Mato Grosso do Sul temos uma maior diversidade de oferta, com trigo pão tipo 2 cotado a R$ 470/ton; pão tipo 1 a R$ 513/ton; lotes de trigo melhorador tipo 1 variando de R$ 537 e 508/ton em relação ao ano de colheita (2008 ou 2009).
É esperada uma maior procura neste momento, uma vez que a grande estagnação das compras dos moinhos poderia inferir que pode-se cobrir estoques e produção com compras pontuais destes lotes, seja para a fabricação de farinhas intermediárias, ou mescla com farinha ou trigo de melhor qualidade para produção de farinha de massa seca, disputando de forma competitiva os moinhos do Rio Grande do Sul nestas classes de farinha a partir de agora em se realizando compras. A discussão sempre fica acerca da qualidade dos lotes, função do grande período de armazenagem, o que poderia gerar a realização de compras mais pontuais. De qualquer forma se as vendas no mercado físico já eram escassas neste momento se tornam inviáveis, ainda que reste pouca produto na mão dos produtores e corretores.
Fonte: AF News