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Nordeste aposta na expansão do segmento sucroalcooleiro

24/10/2011 08:10
Bahia inaugurou duas usinas na última semana e já prepara mais três unidade, enquanto Pernambuco e Piauí projetam um futuro de crescimento no setor A Região Nordeste brasileira está captando recursos e investimentos para expandir a sua produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol. Mais avançada nessa busca está a Bahia, que na última semana inaugurou duas usinas na região do extremo sul do estado, e possui mais três projetos em andamento. Já Pernambuco vive a expectativa de uma expansão de área de 200 mil hectares. E o Piauí espera obter parcerias para instalação de mais uma usina. Muito se comenta que o setor sucroalcooleiro brasileiro vive às voltas com a falta de investimentos, pequenas expansões e crescimento insuficiente para atender a demanda por açúcar e principalmente etanol. Entretanto, a Região Nordeste do País, que possui poucas áreas de plantio de cana sem irrigação, está atraindo a atenção de investidores e projetos privados para ampliar a sua participação no setor. O estado mais avançado é a Bahia, que contempla atualmente 100 mil hectares de cana-de-açúcar, e produz cerca de 6,5 milhões de toneladas de cana por safra. Segundo o secretário da Agricultura baiano, Eduardo Salles, a expectativa é aumentar, em cinco anos, mais de 300 mil hectares. "Nós temos um déficit muito grande na produção da Bahia. Nós consumimos 1,2 bilhão de litros de álcool, e produzimos 300 milhões de litros, consumimos 16 milhões de sacos de 60 quilos de açúcar, e produzimos 4,1 milhões. E precisamos de apoio para ampliar o setor no estado", disse ele ao DCI. Salles comentou que a meta do governo estadual é consolidar quatro regiões do estado com a produção sucroalcooleira. A primeira fica no extremo sul do estado, que acaba de inaugurar duas usinas. "A Bahia deu mais um importante passo no processo de agroindustrialização do estado com a inauguração das usinas da União Industrial Açucareira Limitada (Unial), e da Infinity Bio-Energy (Ibirálcool), nos municípios de Lajedão e Ibirapuã, no Extremo Sul. Agora são quatro unidades sucroalcooleiras naquela região", contou. As usinas da Unial e da Infinity Bio-Energy representam um investimento inicial de R$ 300 milhões, com a capacidade de moagem de 1,2 milhão de toneladas. "Esse foi o primeiro passo, e queremos continuar atraindo investimentos para essa região. Já estamos inclusive conversando com essas duas usinas para no futuro expandirmos ainda mais a capacidade de moagem delas para 3,5 milhões de toneladas". As outras três regiões destacadas a receberem investimentos são sertão do estado, ao redor de Juazeiro, onde já está instalada a usina da Agrovale, seguida pelo recôncavo baiano e oeste da Bahia. "A Petrobras tinha de apostar mais na produção de etanol do nordeste. Nós temos de avançar na produção de álcool, e a Petrobras não avançou no nordeste, e ela tem de ir para lá. Até porque os custos de produção são mais baixos que em outros estados, considerando a irrigação. A nossa produtividade é muito alta, o que garante uma rentabilidade maior por hectare", frisou o secretário. Salles contou que outros três projetos privados já passam por estudos, e devem aportar mais de R$ 400 milhões no estado. Já no Estado de Pernambuco os investimentos são mais lentos, fato que não inibe o otimismo para a expansão do setor. "O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, possui um grande projeto de expansão de área irrigada aqui, para mais de 200 mil hectares. E estamos muito felizes por isso", garantiu o secretário da Agricultura de Pernambuco, Ranilson Ramos. O estado possui atualmente a maior área de cana do nordeste, com cerca de 350 mil hectares e uma produção que supera a marca de 20 milhões de toneladas. Segundo Ramos, uma visita da presidente Dilma Rousseff, junto com o ministro Coelho, representantes do Ministério da Agricultura e da Petrobras, é esperada para os próximos dias no estado. "A ideia do nosso governo é apoiar a proposta do ministro Coelho, para compor o projeto Pernambucano em áreas para etanol", disse. Ramos conta que dos 200 mil hectares previstos pelo ministro Coelho, cerca de 120 mil serão destinados ao projeto "Sertão Pernambucano", que visa implantar áreas de irrigação, para desenvolver a região. Já o Piauí, com pouco mais de 13 mil hectares de cana-de-açúcar, e uma produção inferior a 1 milhão de toneladas, ainda luta por uma ampliação da cultura. "Nós temos uma indústria de produção de etanol e açúcar no estado. Nós pretendemos ampliar em 10 mil hectares a área de plantio irrigada no estado, em um projeto chamado Platô de Guadalupe", considerou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico do Piauí, Warton Francisco Neiva. DCI - Diário do Comércio & Indústria Autor: Daniel Popov