Segundo Isaaa, Brasil é o segundo país em cultivo de sementes geneticamente modificadas
A área cultivada com sementes transgênicas no mundo aumentou 12 milhões de hectares (8%), para 160 milhões hectares em 2011, de acordo com o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Biotecnológicas Agrícolas (Isaaa, na sigla em inglês).
Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil puxou o crescimento do plantio de transgênicos no mundo: 20%, para 4,9 milhões de hectares em 2011. Já os Estados Unidos são o país que mais planta sementes geneticamente modificadas, com 69 milhões de hectares. A Argentina plantou 22,9 milhões de hectares.
Com uma área plantada de 30,3 milhões de hectares entre soja, milho e algodão, o Brasil ratificou a segunda posição entre os países que utilizam sementes geneticamente modificadas com um crescimento de 19,3% de área plantada.
"O país aumentou em 4,9 milhões de hectares sua área, mais do que qualquer outra nação", afirmou Clive James, presidente do Isaa, em conferência por telefone com jornalistas. E completou: "Isto foi possível porque o Brasil desenvolveu três características: um sistema de aprovação rápida; a capacidade de fazer suas próprias sementes biotecnológicas, caso da Embrapa com o feijão transgênico; e a diversificação, com o uso de sementes desenvolvidas por empresas privadas, parcerias público-privadas e empresas públicas"
Na África, Burkina Faso, África do Sul e Egito plantaram, juntos, 2,5 milhões de hectares em 2011. Na Europa, seis países cultivaram apenas 114.490 hectares de milho transgênico, aumento de 26% ante 2010.
Dos 29 países que plantaram transgênicos em 2011, 19 são nações em desenvolvimento e dez são desenvolvidas. Dos 16,7 milhões de produtores que decidiram cultivar esse tipo de semente, 15 milhões eram produtores pobres de países idem. Um recorde de 7 milhões de pequenos produtores na China e outros 7 milhões na Índia plantaram 14,5 milhões de hectares de algodão geneticamente modificado.
Os países em desenvolvimento cultivaram cerca de 50% das lavouras transgênicas do mundo em 2011 e, neste ano, devem ultrapassar os desenvolvidos em área plantada. A taxa de adesão aos transgênicos foi duas vezes mais rápida e maior nas nações mais pobres.
De 1996, quando 1,7 milhão de hectares foram cultivados, a 2011, a área plantada com organismos geneticamente modificados cresceu 94 vezes.