Com preços disparados, feijão registra alta acima de 100% tanto no campo e na indústria quanto nas prateleiras dos supermercados. Elevação começou em janeiro devido às chuvas e a tendência é que continue até a colheita, prevista para daqui pelo menos 40 dias. Saca de 60 kg do grão alcançou R$ 200, sendo que o preço normal fica entre R$ 70 e R$ 100. Para o consumidor, o quilo chega a ser vendido por R$ 5.
Produtor Moacir Tomazzeti explica que praticamente não tem mercadoria no país, pois as produções de Minas Gerais e da região Sul tiveram perdas consideráveis e os preços não tiveram como ser contidos. Alta ocorre principalmente entre o Carioca, a variedade mais consumida no Estado, porém, até mesmo o feijão preto e o Caipi estão mais caros.
Comprador de mercearia de um supermercado da Capital, Arnaldo Praeiro explica que os vendedores não têm previsão de redução e que, em média, o produto é vendido a R$ 4,50 aos clientes. Com relação ao consumo, ele revela que há uma pequena redução somente no momento da mudança de preço, mas que em seguida os consumidores retomam. "Ninguém deixa de comer o feijão porque está mais caro, mas há uma pequena oscilação. Quem comprava 2 sacos de uma única vez reduz para um".
Cabeleireira Maria Aparecida Norberto Fernandes, 46, confirma que mesmo quando está mais caro, o feijão não deixa de ir para a mesa. Segundo ela, o consumo em sua casa é grande porque almoçam 6 pessoas diariamente, mas que, mesmo pagando R$ 4,50 o quilo, não falta.
Para o empresário Carlos Abiko, os preços altos tem impacto no orçamento de seu restaurante. Ele conta que consome entre 30 e 40 quilos por semana e que como é comida mineira não tem como fugir do feijão. "Para amenizar o prejuízo, procuro comprar marcas mais baratas e em atacado, porque consigo reduzir um pouco o custo".
Presidente da Associação dos Supermercadistas de Mato Grosso (Asmat), Kássio Catena revela que nas últimas duas semanas não foi repassada mais nenhuma elevação, mas que desde janeiro os preços estão subindo. Como explica, este fenômeno é normal para o período de chuvas e todos os anos há este incremento no valor durante o verão.
Proprietário de uma indústria de beneficiamento, Osmar Jamberci revela que nos próximos 40 dias a colheita do grão deve ter começo e com isso os preços tendem a cair novamente. No momento, a indústria está comercializando o quilo aos supermercados por R$ 4, isso porque estão comprando por cerca de R$ 200 a saca de 60 (Kg).