Infestação da ferrugem asiática na lavoura pode resultar em perdas para os agricultores
Clima favorável e janela longa no plantio têm propagado a infestação da ferrugem asiática nas lavouras matogrossense. Comparando com os registros da safra anterior, alta chega a 76% com 88 casos diagnosticados pelo Consórcio Anti-ferrugem. Porém, nas prática, são milhões de focos espalhados por todas as regiões, principalmente MédioNorte, Norte e Oeste do estado.
Crescimento da contaminação está prejudicando a produtividade dos produtores. Ainda não há uma estimativa de quanto serão as perdas, mas relatos de produtores apontam casos que variam entre 5 e 8 sacas a menos por hectare. O pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), Fabiano Siqueri relata que não há números fechados, mas que em média a perda ficará entre 2 a 3 sacas a menos por hectare neste ano comparando com a média anterior de 53 sacas por hectare.
Superintendente do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio confirma
que os números da safra 2011/2012 serão inferiores aos safra 2010/2011, mas que as estimativas ainda
estão sendo fechadas . Como explica, o clima favoreceu a propagação dos fungos e a contaminação das lavouras.
Na região do Vale do Araguaia a situação nunca foi tão crítica. Secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Canarana ( a 633 km da Capital ) , Eliane de Oliveira revela que desde a primeira vez em que foi registrada a ferrugem na região nunca havia chegado a este nível de infestação e que isso tem assustado os produtores. Como explica, este ano as incidências começaram mais cedo, o que facilitou a propagação entre as plantações.
Goiás apresenta registro de muitos focos, principalmente em região de fronteira com o Estado, o que propi c iou a
cont amina ç ão vinda de outros locais. No municí pio for am cul t ivados 153,753 mil hectares e em toda a região serão 900 mil hectares, aproximadamente.
Gerente técnico da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Luiz Nery Ribas confirma que ainda não há dimensão das perdas porque muitos produtores ainda não colheram, mas ressalta que são milhões de focos no Estado e que haverá impacto para produtividade e prejuízos aos produtores.
Fabiano Siqueri reforça, entretanto, que ainda há alternativas aos produtores para amenizar os problemas. Primeiramente ele afirma que é preciso aumentar as doses de fungicidas e reduzir o intervalo de tempo entre elas. O tempo entre uma aplicação e outra deve cair de 14 a 15 dias para de 10 a 7 dias, segundo ele . "O aumento do custo ne s t e momento é menor do que a s pe rda s que ocorrerão caso não sejam feitas mais
apl i c a çõe s " . Além disso, é preciso que sejam aplicados os medicamentos corretos e que haja o monitoramento de onde estão os focos.
Luiz Nery Ribas afirma que existem ferramentas para os produtores, como o monitoramento por meio das análises de laboratórios e a utilização de variedades mais resistentes aos fungos. De acordo com ele, nos 2 últimos anos a incidência tinha sido muito pequena e por isso os produtores foram pegos desprevenidos. O clima favorável privilegiou a infestação.
De acordo com o boletim do Imea desta semana, além da ferrugem asiática outras pragas e fungos também trazem prejuízos aos produtores como a identificação, na região Sudeste do estado, da lagarta da maçã e nas lavouras do Oeste focos de vaquinha encontrados pelos pesquisadores.
Gazeta Digital
Autor: Laís Costa Marques