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Cigarrinha do milho acende alerta a produtores do Paraná

01/10/2019 09:26
Até então restrita aos Estados mais quentes, a praga agora gera perdas no PR.

A cigarrinha do milho é um velho conhecido dos produtores de milho de Estados das regiões mais quentes do país, como Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Mas o problema agora também preocupa os agricultores do Paraná. A temporada 2018/19 marcou a chegada da praga com força, sendo o primeiro ano em que causou prejuízos significativos nas plantações paranaenses. Há relatos de até 70% de perdas em relação ao potencial produtivo, com a colheita na faixa das 40 sacas por hectare (a média do Paraná costuma ficar acima das 100 sacas por hectare).

A cigarrinha é um inseto que, ao atacar o milho, transmite doenças por meio de bactérias (moliculites). Os efeitos são percebidos nos chamados enfezamentos (pálido e vermelho). A transmissão ocorre depois que o inseto se alimenta de uma planta contaminada e, após um período de incubação, come outra planta. “Os problemas costumam ocorrer com maior intensidade nos estágios iniciais de desenvolvimento das plantas, pois a praga migra para outras lavouras nas fases de reprodução e colheita. As temperaturas acima de 25 graus também favorecem o ciclo dessa praga”, descreve a agrônoma Ana Paula Kowalski.

As características da cigarrinha tornam seu controle mais difícil que o de outras pragas. Isso exige que haja uma ação coordenada de produtores de uma determinada região. “Para controle da cigarrinha e dos enfezamentos não há estratégia única e muito menos isolada. As medidas de manejo combinadas precisam ser adotadas em âmbito regional para garantir a eficiência, pois o inseto pode migrar por longas distâncias, além de possuir um elevado potencial de disseminação da doença”, completa Ana Paula.

De acordo com Heitor Richter, membro da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da FAEP, o tema cigarrinha vem ganhando espaço nos debates entre produtores paranaenses. O próprio produtor teve problemas em sua lavoura nesse ano e diversos vizinhos sofreram com danos causados pelo inseto.

“Um passo importante é a eliminação do ‘milho tiguera’ [nascido acidentalmente com a queda de sementes no solo]. Na minha opinião, tem que se começar a pensar até mesmo em um pequeno vazio sanitário, se não a nível maior, pelo menos de forma regionalizada. Acredito que é importante colocar o tema em debate, ter mais dados na mão para tomar decisões”, sugere.

O departamento técnico da Coprossel está à disposição para informações.