A soja apresenta perdas irreversíveis em praticamente todas as regiões, com maior ou menor intensidade dependendo da quantidade de chuva acumulada durante o ciclo. Com isso, a estimativa de produtividade no Estado segue oscilando de forma significativa, com casos frequentes de rendimentos ao redor dos 350 kg/ha. O desenvolvimento foi prejudicado pela falta de chuvas, originando plantas de porte baixo, com má-formação de grãos, havendo grãos secos e verdes na mesma planta. Segundo o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, a colheita das variedades precoces vem confirmando os baixos rendimentos e a má-qualidade do grão, com cerca de 50% do produto sem valor comercial. Após as chuvas, as variedades tardias voltaram a florescer, o que deverá causar problemas na colheita, com presença de grãos maduros e verdes na mesma planta.
A colheita do arroz vem se desenvolvendo normalmente, com uma produtividade média, até o momento, de 7.000 kg/ha. No entanto, há a expectativa de que a qualidade de grãos seja mais baixa que nos anos anteriores, na faixa de 57% de grãos inteiros, quando o ideal seria acima de 60%, tendo em vista a pouca disponibilidade de água para irrigação durante o ciclo em algumas lavouras. A tendência é de que, com a maior disponibilidade de água para as lavouras que estão em fase de maturação, essa qualidade melhore. Em âmbito estadual, o percentual de colheita chega, como média, a 28% do total.
No momento, o milho encontra-se com 56% de sua área colhida, tendo ainda 25% em condições para tanto. A cultura plantada no tarde ou mesmo fora de época, que vinha enfrentando dificuldade de crescimento devido à falta de umidade e altas temperaturas, com as últimas chuvas, teve uma melhora no desenvolvimento vegetativo, possibilitando a adubação de cobertura. Normalmente esse milho do tarde, chamado pelo produtor de safrinha, visa produzir pasto verde ou se possível silagem.
Está tecnicamente encerrada a 1ª safra de feijão no RS, que foi muito prejudicada pela estiagem ocorrida, e prossegue a implantação da safrinha. Faltando apenas 5% da área estimada a ser semeada, a evolução das plantas ainda é lenta em razão da menor umidade do solo em algumas áreas, mesmo que as precipitações tenham amenizado a situação de estiagem.
Emater - RS
Autor: Raquel Aguiar