A consultoria AgRural reduziu nesta segunda-feira em 500 mil toneladas a sua previsão da safra brasileira de soja 2011/12, para 66,2 milhões de toneladas.
Em março, a safra do Brasil, segundo produtor global de soja atrás dos EUA, havia sido estimada em 66,7 milhões de toneladas pela AgRural.
O número final da consultoria para 11/12 indica uma queda de 9,1 milhões de toneladas na comparação com a colheita recorde de 75,3 milhões registrada em 2010/11.
Na atual temporada, o tempo seco castigou as lavouras, especialmente as do Sul do país. Na safra passada, produtores contaram com chuvas abundantes para ter a melhor produção da história.
"Reforçado pelo fenômeno La Niña, um período de estiagem iniciado no final de novembro fez estragos em boa parte das lavouras do Sul, cujas estimativas de produtividade passaram a cair a cada novo levantamento, pressionando os números nacionais", informou a consultoria em nota.
A primeira estimativa da AgRural para esta safra, que foi divulgada em agosto do ano passado, apontava produção em torno de 73,4 milhões de toneladas, com base em área plantada maior e linha de tendência de 20 anos para a produtividade. "Entre a tendência e a realidade, porém, o clima fez toda a diferença."
A queda na projeção mensal da produção só não foi maior porque a área plantada foi revisada para cima, passando de 24,8 milhões de hectares para um recorde de 25 milhões de hectares. No ciclo anterior, a área havia sido de 24,2 milhões.
Agora em abril a produtividade média do Brasil ficou em 44,1 sacas por hectare, bem abaixo do recorde de 51,9 sacas da temporada anterior. Em março, a estimativa era de 44,8 sacas.
"As maiores perdas ocorreram no Rio Grande do Sul, cuja produtividade é estimada em 25 sacas por hectare, ante 28 sacas em março e 47,4 sacas no ano passado. Outro Estado bastante afetado foi o Paraná, que fecha a safra com produtividade média de 39 sacas por hectare, contra 40 sacas em março e 56 na safra anterior."
Também foram prejudicados pela estiagem os Estados de Santa Catarina (queda anual de 35 por cento na produtividade) e Mato Grosso do Sul (-8 por cento).
A Bahia, que planta mais tarde, também foi atingida pelo tempo seco. "Com chuvas muito irregulares em março e abril, parte das lavouras baianas foi prejudicada durante o enchimento de grãos, o que provocou queda anual de 14 por cento na produtividade média do Estado, que é estimada em 48 sacas por hectare", afirmou a consultoria.
MATO GROSSO
Para o Centro-Oeste, maior região produtora do Brasil, por outro lado, a temporada 2011/12 foi boa.
O Mato Grosso, principal produtor nacional, deve colher safra recorde agora em 2011/12, embora a média de 52,1 sacas por hectare tenha ficado abaixo das 53,2 sacas do ano passado. "Graças ao aumento na área plantada, a produção é calculada em 21,7 milhões de toneladas", disse a AgRural, observando ainda que Goiás fechou o ciclo com a melhor produtividade média do país: 54 sacas por hectare.
Reuters
Autor: Roberto Samora