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Soja registra preço recorde em Paranaguá

21/05/2012 08:05
SÃO PAULO - A soja no porto de Paranaguá fechou a semana passada com o maior valor nominal de toda a série histórica analisada pelo indicador Cepea/Esalq, cotada a 65,11 reais por saca de 60 kg na sexta-feira (18). O índice, que começou a ser elaborado em 2006, serve como referência para o grão estocado nos armazéns do corredor de exportação do porto paranaense, um dos principais para embarque de soja do Brasil. A demanda internacional, que segue aquecida, em conjunto com a quebra de safra na América do Sul e as incertezas do mercado quanto à oferta de soja na próxima safra dos Estados Unidos são apontados por especialistas como as causas para os preços em elevação. "O mercado está muito apreensivo quanto à real disponibilidade de produto para os próximos meses, com dúvidas sobre a safra do hemisfério norte. O mercado chinês está com apetite, com compras no mercado físico no Brasil e no mercado futuro nos Estados Unidos," disse Lucílio Alves, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Universidade de São Paulo. "O mercado de carnes no Brasil e no mundo está em ritmo bom, o que significa demanda por farelo de soja," acrescentou ele. No entanto, Alves ressalta que os patamares atuais da soja no Brasil não fazem frente aos preços registrados no Paraná em março de 2004, de 51,81 reais - se fosse aplicada a correção da inflação para o valor daquele ano, uma saca do grão estaria valendo hoje a 81,16 reais. O pico dos preços internos em 2004 ocorreu porque naquele momento que a China entrou no mercado comprando mais, deslocando a demanda, pegando de surpresa os fornecedores. Em relação à tendência para os próximos meses, o pesquisador do Cepea afirma que até a chegada da safra do hemisfério norte não há fatores de pressão sobre preços. Os contratos a termo fechados em Paranaguá, analisados pelo Cepea, estão na faixa de 555 dólares por tonelada até agosto. "Só há uma queda de agosto para setembro (nesses contratos), de 2,8 por cento. Mas naquele momento já haverá pouca soja para ser vendida no Brasil," completou Lucílio Alves. Reuters Autor: Gustavo Bonato