HAMBURGO (Reuters) - Produtores argentinos e brasileiros devem expandir os plantios de soja às custas de milho e trigo para a safra 2012/2013, por conta de maiores lucros com a oleaginosa, disseram analistas da consultoria alemã Oil World nesta terça-feira.
"Produtores na América do Sul estão ficando mais entusiasmados com a expansão no cultivo de soja, se aproveitando dos custos comparativamente mais baixos de produção em relação aos grãos e as perspectivas favoráveis de preço", disse a consultoria.
"Muitos deles já começaram a comercializar a safra 2013 sete a nove meses antes da colheita, em um esforço para se beneficiar dos atuais preços atrativos."
Os Estados Unidos são o maior produtor de soja do mundo, acompanhado de Brasil e Argentina, mas a Argentina é a maior exportadora de farelo de soja e óleo de soja.
Produtores argentinos devem semear 19,60 milhões de hectares de soja para a safra 2012/13 para colheita no início de 2013, acima dos 18,53 milhões de hectares sendo colhidos em 2012, segundo estimativa da Oil World.
Os produtores do país sul-americano devem reduzir o plantio de trigo 2012/13 para 3,60 milhões de hectares, contra 4,63 milhões nesta temporada, mas também elevar a semeadura de milho 2012/13 para 5,10 milhões de hectares, ante 4,96 milhões, disse.
"Sob condições climáticas favoráveis, a safra de soja argentina pode atingir um recorde de 54,5 a 55,5 milhões de toneladas em 2012", disse a consultoria alemã.
A Oil World repetiu sua previsão de que a safra de soja argentina em 2012 pode cair para 40 milhões de toneladas, ou pouco abaixo disso. O governo argentino estima 41,5 milhões de toneladas de soja.
Já produtores no Brasil devem semear 26,40 milhões de hectares de soja para colheita em 2012, acima dos 25,04 milhões de hectares colhidos este ano, disse.
Os produtores brasileiros devem plantar 14,40 milhões de hectares de milho para a safra 2013, ante 15,12 milhões colhidos neste ano, segundo a Oil World.
A colheita brasileira de milho de inverno deste ano deverá atingir um tamanho recorde, levando a um acúmulo de estoques onerosos, apesar das altas exportações para a China, tornando assim o grão menos atrativo aos produtores, disse.
Reuters
Autor: Michael Hogan