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Importação de fertilizantes e preço da soja movimentam os portos do PR

22/06/2012 08:06
Nessa quarta-feira, a saca de soja Paranaguá estava cotada em R$ 68 e o dólar avaliado em R$ 2,05, uma das melhores cotações dos últimos anos e que estão estimulando as vendas das commodities brasileiras para o exterior O mau tempo continua afetando a operação dos navios no Porto de Paranaguá. A questão climática aliada às movimentações de mercado tem gerado uma busca maior pelos portos, o que explica o grande acúmulo de navios aguardando para atracar nos portos paranaenses. Nesta quinta-feira (21), dos 95 navios que estavam aguardando ao largo, 46 eram de fertilizantes e 38 aguardavam para embarcar granéis sólidos. "Considerando os granéis para exportação, além da chuva que impede o carregamento dos navios, é preciso levar em conta o início da safra de milho, que já começa a ser escoada porque os produtores precisam liberar armazéns no interior e o bom preço da soja no mercado internacional, que estimula as exportações", explica o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino. Nesta quarta-feira, a saca de soja Paranaguá estava cotada em R$ 68 e o dólar avaliado em R$ 2,05, uma das melhores cotações dos últimos anos e que estão estimulando as vendas das commodities brasileiras para o exterior. Mas a corrida para mandar a soja o quanto antes para fora do país é dificultada pelo mau tempo. Somente na quarta-feira (20), foram 22 horas e 20 minutos de chuvas, permitindo o embarque de apenas quatro mil toneladas de grãos pelo corredor de exportação. Num dia sem chuvas, por exemplo, chegam a ser embarcadas pelo Corredor de Exportação, 90 mil toneladas de grãos num único dia, em média. Dividino ressalta, no entanto, que a os estoques de grãos nos silos hoje é de pouco mais de 590 mil toneladas. Já os 38 navios que aguardam para serem carregados somam uma demanda de cerca de 2,5 milhões toneladas. "Isso significa que mesmo se todos estes navios que estão ao largo atracassem simultaneamente, não haveria carga para abastecê-los. Isso demonstra claramente que muitos navios são encaminhados a Paranaguá sem ter carga negociada, e esperam ao largo não por ineficiência da operação portuária, mas também por estarem esperando a consolidação de suas cargas", explicou. Paranaguá é considerado o porto com maior liquidez de embarques fob. "Isso quer dizer que oferecemos ao mercado a melhor plataforma de carregamento de granéis sólidos de origem agrícola", explica Dividino. Os clientes podem comprar produtos de vários exportadores, compondo a carga que vai num único navio com diferentes terminais. O sistema de pool, que interliga os sete terminais privados e os dois públicos ao Corredor de Exportação é que permite esta operação diferenciada e muito mais vantajosa para o comprador. Fertilizantes – Considerando as importações, o desembarque de fertilizantes é a operação mais prejudicada com o mau tempo. Nesta quinta-feira (21), eram 46 navios ao largo carregados com o produto aguardando para atracar. Juntos, eles somam pouco mais de 1,3 milhão de toneladas para serem desembarcadas. No entanto, considerando a capacidade dos armazéns de retroárea para receber fertilizantes em Paranaguá, eles somam cerca de 2,5 milhões de toneladas e estão com 80% de sua capacidade tomada. Para tentar identificar alternativas de ganho de produtividade para o setor, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina convocou uma reunião com todos os operadores do sistema de fertilizantes. "Nossa idéia é verificar onde pode haver ganhos de produtividade e otimizar as operações nos períodos de intervalo das chuvas", explicou Dividino. De segunda-feira até essa quarta-feira, o desembarque de fertilizantes foi paralisado por 34 horas e meia em função das chuvas, permitindo que apenas 25 mil toneladas de fertilizantes fossem desembarcadas dos navios nestes três dias. Hoje, a Appa conta com oito berços para recebimento de fertilizantes, seis em Paranaguá e dois em Antonina. Nesta época do ano, normalmente tem-se pouca chuva. No entanto, para 2012, a previsão dos meteorologistas é que o inverno seja mais chuvoso, dificultando os embarques. Mercado – De acordo com dados do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), a importação de fertilizantes no Brasil, no primeiro trimestre do ano, foi bastante inferior se comparada com o mesmo período do ano anterior. A explicação para isso foi a redução no preço de algumas commodities no mercado internacional, que fez com que os produtores retardassem a decisão de plantio e adiantassem a comercialização de alguns produtos. Fora isso, o setor de fertilizantes terminou o ano de 2011 com bons estoques, dando fôlego para retardar o processo de importação. De janeiro a maio deste ano, foram importadas pelo Porto de Paranaguá 3,1 milhões de toneladas de fertilizantes, volume 18% inferior ao registrado no mesmo período de 2011. No entanto, o segmento já começa a apresentar uma recuperação porque em maio, foram 900 mil toneladas importadas, contra 850 mil no mesmo mês em 2011, registrando alta de 5%. De acordo com Décio Luiz Gomes, secretário executivo do Sindiadubos, o volume de importações dos fertilizantes é determinado pela demanda no campo que agora começou a aumentar. "As empresas estão começando a repor seus estoques", explicou. "Da mesma forma que o aumento do dólar motiva as exportações, ele retarda a importação de fertilizantes, na expectativa de uma eventual queda nos preços", explica o superintendente da Appa. Agrolink com informações de assessoria