Mês de junho deverá ser de transição do "La Niña" para neutralidade
As precipitações ocorridas ao longo de junho apresentaram uma melhor distribuição, na maior parte do centro-sul do Brasil, favorecidas principalmente pela transição do fenômeno climático "La Niña", para uma situação de neutralidade climática ao longo do último mês. As precipitações ainda continuaram apresentando uma distribuição um pouco irregular, intercalando períodos com volumes elevados, como o início de junho e períodos maiores onde praticamente não ocorreram chuvas, como observado no final do mês. A umidade no solo vem se mantendo em níveis muito bons e favorecendo o desenvolvimento das lavouras. No Paraná, as precipitações ficaram acima da média em praticamente todo o estado. A diminuição das chuvas nos últimos dias vem favorecendo a colheita das lavouras de milho safrinha. A avaliação é meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
No Rio Grande do Sul, com a colheita do milho safrinha praticamente encerrada, os produtores voltam suas atenções para o plantio das lavouras de inverno, principalmente do trigo. As boas condições de umidade do solo favoreceu o avanço no plantio, já as lavouras plantadas precocemente, encontram-se em bom estágio de germinação,
Quanto às temperaturas, Lazinski diz que ficaram dentro da média esperada para a época do ano, mas apresentaram dois períodos com comportamentos bem distintos. Durante a primeira quinzena de junho ficaram abaixo da média, devido a entrada de massas de ar frias, que causaram quedas acentuadas de temperaturas e formação de geadas em boa parte do sul do Brasil. "Os dias 07 e 08 de junho foram os mais frios do mês, inclusive com formação de geadas em parte do oeste do Paraná, Paraguai e Mato Grosso do Sul. Já na segunda quinzena de junho, com a diminuição das precipitações, observamos uma elevação das temperaturas, que ficaram acima da média durante este período".
Ele explica que durante o mês de junho, houve a transição do fenômeno climático "La Niña", para uma situação de neutralidade climática. A temperatura das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial mais ao leste, mantiveram-se mais aquecidas que o normal, próximo a costa da América do Sul e Pacífico Central, aumentando a área em relação ao mês anterior (Figura 01), indicando o retorno do fenômeno climático "El Niño", para os próximos meses. "Os prognósticos dos modelos climáticos globais vêm mantendo a tendência dos últimos meses, sinalizando para o retorno do "El Niño" a partir do final do inverno e início da primavera", diz.
Conforme indicam os modelos de previsão climática, para o centro-sul do Brasil, Lazinski diz que durante os próximos meses, deveremos continuar observando precipitações entre a média e acima do normal para a época do ano, sendo que a partir da primavera as chuvas devem ser mais abundantes, acima da média e melhor distribuídas. "A umidade no solo não deve apresentar deficiência hídrica, mantendo as condições normais no decorrer dos próximos meses, favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras", pontua.
As temperaturas continuam apresentando maior amplitude térmica, intercalando períodos um pouco mais quentes, com quedas acentuadas de temperatura, devido a incursões de massas de ar frio, que chegam com maior intensidade durante o inverno. "A chance de ocorrência de geada é grande no Paraná, principalmente no centro-sul", alerta Lazinski.
Agrolink com informações de assessoria